Entre Fatos | Os personagens de ‘The Alto Knights: Máfia e Poder’

“The Alto Knights: Máfia e Poder” estreou em 20 de março nos cinemas brasileiros.

The Alto Knights: Máfia e Poder Entre Fatos
Robert De Niro protagoniza filme. (Foto: Reprodução)

O filme The Alto Knights: Máfia e Poder, que estreou em 20 de março nos cinemas, traz Robert De Niro interpretando dois personagens importantes das organizações criminosas que surgiram nos Estados Unidos no século XX.

Conheça quem são esses personagens:

Início da Família Genovese

Fundada por Charles “Lucky” Luciano, a organização surgiu em 1931 e dominou o crime organizado em Nova Iorque e Nova Jersey, se tornando parte das cinco famílias que dominavam as cidades e que eram parte da Máfia Americana.

A organização surge derivada da família Morello, que começou no fim do século XIX.

Após Luciano ser condenado por 62 acusações de prostituição compulsória, e sentenciado entre 30 e 50 anos de prisão, elegeu Vito Genovese como o seu homem nas ruas e chefe temporário. Entretanto, em 1937, Genovese fugiu para Nápoles para evitar ser condenado por um assassinato e, assim, Luciano precisou eleger Frank Costello, seu conselheiro, como o chefe interino.

Após a Segunda Guerra Mundial

Após a Segunda Guerra Mundial, se tornou público um acordo com Luciano se ajuda para prevenir sabotagem na orla marítima da cidade, com possibilidade de perdão do Estado e, também, possível deportação para Itália. Para evitar mais constrangimento, o governo decidiu seguir com os planos de deportação sob a condição que Luciano não retornasse aos EUA.

Assim, em 1946, Luciano saiu da prisão e deportado para a Itália, onde morreu em 1962.

Entre 1950 e 1951, o Senado conduziu uma investigação longa sobre o crime organizado no país, liderada por Estes Kefauver do Tennessee. Durante as audiências, Costello foi condenado por desacato, sentenciado a passar 18 meses na prisão. Além disso, Kefauver concluiu que o político Carmine DeSapio estava ajudando Costello em suas atividades, e que o mafioso influenciava decisões realizadas pela máquina política de Tammany Hall.

Retorno de Genovese

Genovese foi extraditado da Itália em 1945, e chegou determinado a retomar seu poder. Após ser absolvido do caso de assassinato que o levou ao exílio, Genovese começou a conspirar contra Costello ao lado de Carlo Gambino, subchefe da família Mangano.

Em maio de 1957, Vincent Gigante atirou na cabeça de Costello, que sobreviveu ao ataque e mencionou não saber a identidade de seu agressor para a polícia. Meses depois, Anastasia, o chefe da família Mangano e aliado de Costello, foi brutalmente assassinado em uma barbearia dentro de um hotel em Manhattan a mando de Gambino, que ganhou controle da organização.

Assim, Costello decidiu se aposentar e entregar o controle da organização para o amigo de infância.

Com o controle da família mafiosa, Genovese decidiu organizar uma conferência para legitimar sua posição. Realizada na propriedade de Joseph Barbara em Apalachin, em Nova Iorque, a reunião atraiu mais de 100 mafiosos de todo o país. Porém, autoridades locais conseguiram cercar a propriedade e identificaram diferentes membros.

Líderes ficaram decepcionados com a exposição público e publicidade negativa, e culparam Genovese pelo fiasco da reunião. Todos que foram identificados pelas autoridades foram multados até US$ 10.000 dólares, e sentenciado à prisão, variando entre três e cinco anos. Porém, as condenações foram anuladas em 1960.

A Prisão de Genovese

Com medo de Genovese estar ganhando muito poder dentro da Comissão, Gambino usou a reunião mal-sucedida como desculpa para conspirar contra seu antigo aliado.

Supostamente, Gambino, Luciano, Costello e Lucchese atraíram Genovese para um esquema de tráfico de drogas que resultou na acusação e condenação que o levou a ser sentenciado a passar 15 anos na prisão em 1959, falecendo 10 anos depois de um ataque cardíaco.

A Máfia Italo-Americana após Genovese

Um dos soldados de Genovese, Joe Valachi, foi condenado por violações de narcóticos, e sentenciado a 15 anos de prisão em 1959. Logo, porém, se tornou informante do governo, o que levou a debates internos, com Valachi alegando que seu testemunho era serviço público e expor uma organização que destruiu sua vida.

Com medo de retaliação de seu antigo chefe, Valachi usou um cano deixado perto de uma construção para espancar até a morte um preso que confundiu com Joseph DiPalermo, em 1962, o que levou a buscar a proteção do governo. Genovese deixou uma recompensa de US$ 100 mil dólares pela morte de Valachi, e, em 1963, começou o testemunho de Valachi que citou, pela primeira vez, que a existência da máfia italo-americana.

Apesar disso, o testemunho televisionado não levou a nenhuma condenação de líderes, ele trouxe detalhes da história, operações e rituais, o que ajudou a solucionar diversos casos de homicídios, e membros das organizações.

Desde a prisão de Genovese, diferentes nomes atuaram como líderes das famílias. Entre eles: Gigante (que morreu em 2005), Liborio Bellomo e Daniel Leo, com eles e outros membros passando por períodos de encarceramento por diferentes crimes (extorsão, posse de narcóticos e conspiração, por exemplo).