Críticas | Os Banshees de Inisherin

“Os Banshees de Inisherin” estreia em 2 de fevereiro nos cinemas brasileiros.

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“Os Banshees de Inisherin” é protagonizado por Colin Farrell e Brendan Gleeson. (Foto: Reprodução)

No folclore irlandês, banshees, também conhecidas como “fada mulher”, são seres que anunciam a morte de algum membro familiar. Abraçando a mitologia e fins de ciclos, Os Banshees de Irisherin é uma narrativa que transforma os lamentos em um recomeço – mesmo nos confins de uma pequena ilha na costa irlandesa.

Escrito e dirigido por Martin McDonagh (Três Anúncios para Um Crime), o filme é ambientado durante o início de 1920, quando a ilha da Irlanda está em uma Guerra Civil em busca da independência. Nela, seguimos Pádraic (Colin Farrell) e sua angústia após a abrupta decisão de Colm (Brandon Gleeson) em não ser mais seu amigo. O longa-metragem também nos mostra as assombrações pessoas de Siobhán (Kerry Condon), irmã de Pádraic, e Dominic (Barry Keoghan), um jovem desajustado.

Em quase 120 minutos, o longa-metragem se desenrola lentamente, com uma narrativa quase traiçoeira para o espectador. McDonagh entrega um roteiro maravilhoso, com ótimos diálogos enriquecidos pelo sotaque de seus atores. Farrell entrega uma performance sublime, onde a angústia é uma emoção permanente. Gleeson traz um personagem que deseja ser reconhecido por sua música, mesmo que necessite ignorar uma das poucas pessoas presentes na ilhota. Condon interpreta uma mulher que busca novos ares, sair dos cenários verdes da ilha. Keough faz uma atuação impecável, destacando sua versabilidade proeminente.

Os cenários da Irlanda e uma trilha sonora que exaltam os cânticos que representam os banshees dão um toque especial para a narrativa. Uma fotografia que faz questão de elucidar os momentos representados também mostra que Os Banshees de Inisherin é um dos trabalhos mais poderosos de McDonagh até agora.

No fim, Os Banshees de Inisherin é uma história sobre um luto perspicaz, onde o sentido é alterado para permitir que personagens se encontrem em momentos tenebrosos, quebrando suas rotinas para encontrar um novo sopro de ar. Mesmo com momentos cômicos, o longa-metragem resume o que é a angústia, o sofrimento interno que nem sempre desejamos expôr, o quanto estamos propensos a esconder a dor para continuar a poupar sentimentos alheios – e o quanto estamos dispostos a mostrar quando chegamos ao limite.

Os Banshees de Inisherin estreia em 2 de fevereiro nos cinemas brasileiros.

Nota:
 


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