Críticas | Todo Tempo que Temos
“Todo Tempo que Temos” estreia em 31 de outubro nos cinemas brasileiros.
Cada vez mais, percebemos que cada momento importa para contar nossas trajetórias. Em um mundo que acelera constantemente, é quase impossível parar e perceber que são detalhes, pessoas que podemos cruzar o caminho uma única vez, que podem ganhar um destaque em nossa vida apenas por existirem – e transformá-las de forma repentina.
Dirigido por John Crowley (Brooklyn), Todo Tempo que Temos (We Live in Time, no título original) é centrado no relacionamento entre Tobias (Andrew Garfield) e Almut (Florence Pugh) ao longo de uma década.
O filme carrega uma aura emocional ao longo de seus 108 minutos, fazendo o público mergulhar no relacionamento através de sua narrativa não-linear. É uma maneira de mostrar toda a trajetória dos protagonistas, enquanto lida com o processo envolvendo o tratamento de câncer da personagem de Pugh e o que isso provoca em suas vidas.
A química entre Garfield e Pugh é o que carrega a narrativa. Seja em uma cena simples ou naqueles que exigem fisicamente de seus personagens, os atores se complementam em tela. O acanhamento e a atenção de Tobias, e a confiança, o espírito competitivo de Almut são bem representados pelos atores durante os anos de relacionamento. São aspectos que constroem a narrativa para que, mesmo sem a linearidade, sabemos pontuar seus crescimentos pessoais e na troca com um o outro.
É fato que, mesmo com momentos que emocionem e que podem conectar com a vivência de cada espectador, ainda falta algo dentro dos 108 minutos. Apesar da maneira delicada que Crowley envolve sua narrativa, algumas de suas escolhas dão a sensação que falta algo para colocar tudo de forma que transcenda e faça dele um clássico, algo tão memorável que siga na mente por semanas.
Todo Tempo que Temos busca ser um drama romântico que explore o arco completo de um relacionamento. Garfield e Pugh são capazes de derramarem lágrimas em cena, e Crowley sabe como trazer isso em sua direção. Entretanto, é fácil perceber que há momentos que se alongam para provocar sensações que já estão presentes através da maneira que os atores performam em cena, e sua estrutura não-linear pode afugentar aqueles que gostam de algo mais contínuo em narrativa.
Todo Tempo que Temos estreia em 31 de outubro nos cinemas brasileiros.
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