Críticas | After – Depois da Promessa

“After – Depois da Promessa” estreia em 25 de agosto nos cinemas brasileiros.

O mundo das fanfics (ficção escrita por fãs, seja para bandas, séries de TV, filmes, quadrinhos) está repleta de histórias bem-escritas e que conseguem se transformar em livros com legiões de outros fãs. Uma dessas novas narrativas é “A Hipótese do Amor“, de Ali Hazelwood e lançado recentemente pela Editora Arqueiro no Brasil, onde se iniciou como uma fanfic sobre Rey e Kylo Ren, da franquia Star Wars.

A saga After, de Anna Todd, porém, constrói elementos questionáveis e que, por conter cenas explícitas de sexo, são transformadas, facilmente, em artifícios para que diálogos não aconteçam e os personagens andem em círculos em suas relações – culpando, muitas vezes, serem jovens adultos ainda nos anos universitários.

Em After – Depois da Promessa essa “enganação” narrativa continua. São momentos em que o uso artifícios narrativos para mostrar amadurecimentos que acontecem, mesmo quando tragédias ocorrem e são apenas baratos e dramáticos fora da proporção.

Após a conclusão de After – Depois do Desencontro, lançado em 2021, era esperado que a conclusão acontecesse, trazendo o “felizes para sempre” dos romances e manter a mensagem que o amor supera tudo. Entretanto, o quarto filme da franquia termina em gancho para que a história ganhe novos rumos e Tessa (Josephine Langford) e Hardin (Hero Fiennes Tiffin) separados, tentando superar seus problemas e possíveis desencontros.

O roteiro é fraco, com diálogos que se repetem e que não evoluem os personagens principais. A “redenção” do mocinho não acontece como deveria e a protagonista fica sempre à mercê dos atos explosivos de seu namorado, constantemente tentando “consertá-lo” e esquecendo até de si. E, em 105 minutos de filme, tudo fica cansativo, um vaivém eterno que não ajuda nenhum dos protagonistas – apenas confirmando serem melhores separados do que juntos.

A trilha sonora é o que “salva” After – Depois da Promessa. Uma curadoria interessante preenche quase todas as cenas do filme, com melodias que se encaixam as passagens e aos cenários metropolitanos, seja em costas opostas dos Estados Unidos ou em Londres.

No fim, After – Depois da Promessa será agradável para os fãs como toda a franquia é, mas não será sobre a potência de um romance realmente épico ou algo que reforce a necessidade do gênero no audiovisual e livros, perpetuando uma imagem manchada de algo descartável para a indústria (além de ser designado para adolescentes “histéricas”).

After – Depois da Promessa estreia em 25 de agosto nos cinemas brasileiros.