Entre Fatos | Quem foi Lady Jane Grey

“My Lady Jane” estreou em 28 de junho no catálogo do Prime Video.

Emily Bader interpreta Jane Grey na série do Prime Video. (Foto: Reprodução)

Com o lançamento de My Lady Jane no catálogo do Prime Video, o público conheceu a história alternativa de Jane Grey, jovem que chegou ao poder como Rainha da Inglaterra após uma conspiração para detronar o primo, Eduardo VI.

Na história, baseada no livro escrito por Cynthia Hand, Brodi Ashton e Jodi Meadows, Jane é forçada a se casar com o Lord Guildford Dudley para se tornar rainha da Inglaterra e, na vida real, ficou conhecida como a “Rainha dos Nove Dias”.

Porém, a trajetória de Jane Grey é muito mais complicada, com dramas que começaram muito antes de pensarem nela para assumir a posição de monarca britânica.

Henrique VIII e a Dinastia Tudor

A história de Lady Jane começa ainda no reinado de Henrique VIII, conhecido por ter tido seis esposas. Segundo monarca da dinastia Tudor, Henrique comandou a Inglaterra entre 1509 e 1547 e foi responsável pela revolução religiosa no país europeu.

Seu terceiro casamento, com Joana Seymour, lhe deu o esperado filho homem, Eduardo, que assumiu o trono quando tinha apenas nove anos. Assim, foi formado um conselho de regência liderado pelo Duque de Somerset e, dois anos depois, John Dudley, conde de Warwick (e, posteriormente, duque de Northumberland) assume a posição.

O reinado de Eduardo VI, porém, durou pouco. Em 1553, com 16 anos, começou a preparar sua sucessão após sofrer com um resfriado. E, assim, o nome de Jane Grey começou a surgir.

Quem foi Jane Grey

Jane Grey era prima de segundo grau de Eduardo VI, e, com um rei sem herdeiros ou irmãos do sexo masculino, uma mulher teria que assumir o trono inglês – o que nunca ocorrera antes.

O nome de Grey aparece na linha de sucessão, pois Maria Tudor, filha de Catarina de Aragão e meia-irmã de Eduardo VI, foi considerada ilegítima e era católica – e Eduardo queria assegurar o legado protestante.

Assim, o duque de Northumberlan persuadiu o monarca a declarar Maria e a outra meia-irmã, Elizabeth (que se tornaria Elizabeth I), ilegítimas e altera totalmente a linha de sucessão.

Casada com Lord Guildford Dudley, Jane era filha do duque de Suffolk e considerada uma moça inteligente e piedosa. Foi proclamada rainha quatro dias após a morte de Eduardo VI, e tinha apenas 16 anos na época.

Entretanto, o falecido rei e seus assessores não compreendiam o apoio popular que Maria Tudor possuia – e nem o tamanho de sua ambição.Pouco tempo antes da morte, Maria viaja até o leste da Inglaterra para se reunir com vários partidários seus que queriam restaurar o catolicismo no poder. E bastou dois dias para que os seguidores de Jane (entre eles, seu próprio pai) a abandonarem – e renunciou à coroa em 19 de julho de 1553.

Morte

Maria Tudor ascendeu ao trono inglês em seguida – e é considerada a primeira monarca do sexo feminino. No mesmo dia que Jane rescinde à coroa, é encarcerada na Torre de Londres, acusada de traição e usurpadora do trono. O duque de Northumberland é executado um mês depois do começo do reinado de Maria.

Apesar de ser atualmente considerada inocente dessas ações, Lady Jane era colocada como possível líder de uma revolta protestante, sendo um “perigo inaceitável” para o novo regime. Mesmo demorando meses até sua decapitação, Maria a executou após o duque de Suffolk participar de uma rebelião contra a nova rainha e o casamento com o príncipe Felipe da Espanha.

Lady Jane foi decapitada em 12 de fevereiro de 1554 ao lado do marido.

A Fim da era Tudor

A era Tudor começa a ser encerrada com a ascensão de Elizabeth I ao trono (onde ficou 44 anos, entre 1558 e 1603).

Na busca pela pacificação da Inglaterra, Elizabeth I decide eliminar o catolicismo do topo da monarquia, mas não alinha o país com o movimento protestante que surge no resto da Europa. A monarca cria uma linha religiosa para os ingleses, para evitar que a coroa se associasse a forças estrangeiras. Em 1559, Elizabeth I funda a Igreja da Inglaterra – até hoje comandada pelo ocupante do trono britânico.

Elizabeth I é a última monarca da dinastia Tudor, iniciada em 1485 com Henrique VII. Após dua morte, James VI/I, filho de Mary da Escócia, assume o trono da Britânia e Irlanda.


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