Críticas | Thunderbolts*
“Thunderbolts*” estreia em 30 de abril nos cinemas brasileiros.

Existem aqueles que gostem de dizer que o público está fadigado com tantos projetos de super-heróis e que caíram de qualidade narrativa. Obviamente, podemos indicar algumas situações que mostrem que isso não é uma verdade absoluta, incluindo questões de expectativas e uma visão turva sobre produções anteriores, arranhando na nostalgia exarcebada.
Porém, é inegável que as fases recentes da Marvel Studios sofreram deslizes. Com a introdução dos seriados do Disney+, e uma série de problemas internos, os longas-metragens sofrem com altos e baixos que influenciam na percepção da audiência – e, novamente, são capazes de confundir aspectos que querem jogar nas costas de situações que estão longe de ser o problema.
Anunciado em 2022, Thunderbolts* busca ser um novo respiro para o público assíduo do estúdio. Juntando nomes já estabelecidos e outros que pipocaram recentemente, o filme que encerra a fase cinco nos cinemas, é sobre o grupo de desajustados colocados em uma missão perigosos por Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus) – forçando-os a trabalharem juntos para buscar a redenção que tanto esperam.
A qualidade do filme continuar a trazer elementos políticos introduzidos em Capitão América: Admirável Mundo Novo, e fazer analogias sobre o estado emocional de sua líder Yelena Belova (Florence Pugh). A conexão da personagem com Bob (Lewis Pullman) e Alexei Shostakov (David Harbour) é um dos fios condutores do longa-metragem, assim como John Walker (Wyatt Russell) e Bucky Barnes (Sebastian Stan) também continuam a construção de O Falcão e o Soldado Invernal.
E, mesmo com um alto índice de missão-suicida, é fácil perceber quem não sobreviverá (basta ver a lista de atores confirmados em Vingadores: Doomsday). Porém, a maneira como tudo é desenvolvido nos 126 minutos (incluindo duas cenas durante os créditos), estabelece como vamos enxergar o grupo nos próximos anos.
As coreografias das lutas estão bem interessantes. Com os momentos condutores do longa-metragem, percebemos que elementos foram acrescentados nas personagens para distinguir cada vez mais de outros personagens do estúdio. Os momentos cômicos funcionam, muito pelos atores terem o tato determinante para entregar as piadas.
Assim, Thunderbolts* é o salto para o início da fase seis da Marvel Studios nos cinemas, determinando como o público enxergará os anti-heróis e suas problemáticas. Com atuações que seguram a história, e uma temática mais profunda com picos cômicos, o filme mostra que a fadiga do gênero só é pauta perdida, e que expectativa, realidade e ganância são o verdadeiro problema para o gênero.
Thunderbolts* estreia em 30 de abril nos cinemas brasileiros.