Críticas | O Exorcismo
“O Exorcismo” estreia em 1º de agosto nos cinemas brasileiros.
O Exorcismo tenta seguir o caminho familiar do terror psicológico, mas tropeça em sua execução, resultando em uma experiência que, embora promissora, não consegue atingir seu potencial, tornando-se cansativa. Dirigido por Joshua John Miller, que escreveu o roteiro com M. A. Fortin, o filme explora a linha tênue entre realidade e ficção, mas se perde em uma narrativa incapaz de sustentar a tensão necessária.
A trama acompanha Anthony Miller (Russell Crowe), ator decadente tentando se recuperar do vício, retomar seu relacionamento com sua filha Lee Miller (Ryan Simpkins). Ele consegue o papel principal em um filme de terror chamado “The Redemption“, e traz sua filha para trabalhar como assistente de produção. À medida que as filmagens avançam, Anthony começa a ser afetado pela entidade que o filme retrata.
O roteiro é fraco e parece não saber para onde a história vai em diversos momentos, recorrendo a saltos temporais frequentes para avançar a narrativa. O filme possui um ritmo estranho, com um clímax incrivelmente longo e arrastado, e um epílogo insatisfatório. Além disso, deixa diversas pontas soltas e é permeado por momentos desconexos que não são desenvolvidos ou mencionados novamente.
Os efeitos práticos e especiais, no entanto, não decepcionam e são um dos poucos elementos que conseguem entregar a emoção proposta. Agonizantes em alguns momentos e impressionantes em outros, os efeitos se destacam na obra.
A trilha sonora de Hans Zimmer, embora competente, não se destaca na impressionante filmografia do compositor, que inclui obras como O Rei Leão (1994), Interestelar (2014) e, mais recentemente, Duna (2021). A música de Zimmer sustenta a atmosfera de tensão e mistério necessária para um filme de terror, com arranjos sutis que complementam as cenas mais assustadoras. No entanto, falta à trilha sonora um tema central memorável ou momentos de destaque.
No fim das contas, O Exorcismo é uma tentativa falha de mergulhar no terror psicológico e nas cicatrizes emocionais de seus personagens. Apesar de contar com um elenco talentoso e uma premissa intrigante, o filme não consegue se elevar acima dos clichês do gênero, resultando em uma experiência que se torna esquecível.
O Exorcismo estreia em 1º de agosto nos cinemas brasileiros.