Críticas | Garotos Detetives Mortos – 1ª temporada

“Garotos Detetives Mortos” estreou hoje, em 25 de abril, no catálogo da Netflix.

Críticas Garotos Detetives Mortos
Jayden Revri e George Rexstrew são os protagonistas da série. (Foto: Divulgação)

O sobrenatural intriga várias camadas de uma história do gênero. Eu, particularmente, gosto quando muitas vezes o absurdo das histórias se sobressaí ao medo, ou apenas quando se tornam alegorias para temas centrais profundos que aproveitem a analogia para descrever sentimentos. Juntar isso com histórias adoradas ou já estabelecidas previamente em outro momento (seja em páginas ou produções audiovisuais), podemos mergulhar ainda mais em mitologias e traçar possibilidades.

Ambientado no mesmo universo de Sandman (lançada em 2022 no catálogo da Netflix), Garotos Detetives Mortos (Dead Boys Detectives, no título original) é centrada em Edwin Payne (George Rexstrew) e Charles Rowland (Jayden Revri), dois adolescentes que nasceram em épocas diferentes e decidiram não passar pelo Além, permanecendo, assim, na Terra para investigar casos que envolve o sobrenatural. Entretanto, ao se depararem com um caso envolvendo uma médium, descobrem alguns inimigos poderosos e situações que podem colocá-los em risco de encontrar quem não deseja pelo caminho.

O seriado possui uma aura parecida com Dirk Gently’s Holistic Detective Agency (exibida entre 2016 e 2017 pela BBC), produção inspirada no livro de Douglas Adams, e isso se torna fantástico para a construção narrativa. Os oito episódios possuem uma estrutura simples, eficaz e conduz o arco geral da temporada, com os garotos fugindo da Morte e Crystal (Kassius Nelson) em busca de recuperar sua memória – enquanto também lidam com situações bem adolescentes, com embates sobre o que sabiam e o que o século XXI permite.

Aos poucos somos apresentados aos passados das personagens, e como os casos acabam se conectando com o trio protagonista. Assim, ganhamos pinceladas sobre suas camadas até serem despidas para o clímax ser explosivo e com ramificações que serão exploradas no possível futuro. O elenco de apoio (Briana Cuoco, Yuyu Kitamura e Jenn Lyon) também são interessantes para o caminhar das histórias, com um equilíbrio entre suas participações e introduções no mundo fantástico ou na vida dos protagonistas.

Desta forma, Garotos Detetives Mortos expande o que está nas páginas da Vertigo e imaginada por Neil Gaiman e Matt Wagner. Mesclando o que está nessas histórias e o que a contemporaneidade permite, o seriado se delicia em ser algo sobre detetives e excentricidades de adolescentes, colocando alguns questionamentos sobre a própria existência em jogo. No fim, é uma série que busca crescer dentro desse universo do catálogo da Netflix, com participações que interligam vários pontos do que Gaiman idealizou há anos – e o que estará por vir no futuro.

Garotos Detetives Mortos estreou hoje, 25 de abril, no catálogo da Netflix.

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