Críticas | Aquaman 2: O Reino Perdido
“Aquaman 2: O Reino Perdido” já está em cartaz nos cinemas brasileiros.
Desde a fusão entre a Warner Bros. Pictures e a Discovery em junho de 2022, o universo estendido da DC vive uma incerteza profunda sobre seu futuro. Mesmo com os planos deJames Gunn ePeter Safranjá destacados no início deste ano, ainda existem personagens – e arcos – que podem fazer a transição para o novo capítulo. Entretanto, algumas dessas personagens estão em um limbo esperando para saberem seus destinos.
Um desses personagens é Arthur Curry, o Aquaman, vivido por Jason Momoa novamente. Sequência do filme de 2018,Aquaman 2: O Reino Perdido se tornou o longa-metragem que irá encerrar o que Zack Snyder começou comHomem de Aço, em 2013.
Com uma recapitulação sobre os acontecimentos do primeiro filme e o que aconteceu desde então na vida do Rei de Atlântida,Aquaman 2: O Reino Perdido busca ser uma história de irmãos, com comparações entre Curry e Orm (Patrick Wilson) e o grande vilão dos 120 minutos de duração.Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II), em sua busca pelo reino aquático, acaba encontrando o temido Tridente Preto, e a ameaça se torna muito mais potente para humanos e seres da água. Assim, Aquaman precisa buscar ajuda de um Orm para conseguir derrotar seu inimigo e proteger ambos os mundos.
Dirigido porJames Wan, o filme continua a trazer cenas embaixo da água com cenários interessantes, com uma construção em escalas gigantes em certos momentos do longa-metragem. Porém, é evidente o esforço em cenas de embates e em criar efeitos que condizem com o universo DC (com o breve destaque para o momento de Orm e Curry no deserto). O filme ganha camadas ao fazer o público entender que é sobre os dois irmãos, sobre dar espaço para terem um relacionamento – e com Orm também compreendendo que o pai mentiu sobre os desejos do irmão. Além disso, a devoção de Arthur à esposa Mera (Amber Heard) e ao filho também acessa outras camadas sobre o personagem – por mais fanfarrão que ele esteja.
Longe de ser um filme que explore temas complexos, e com um roteiro até simples e com repetições para fazer o público entender a mensagem, Aquaman 2: O Reino Perdidose desloca dentro dos lançamentos recentes do gênero de heróis da DC. Aqui, encontramos algo que pode divertir e que não se desprende tanto do que alcançou em 2018, se dedicando a continuar apenas a sua história – e não enfiar outros personagens do fatídico universo estendido. O longa-metragem sobrevive por ser ele mesmo e ainda esfregar na cara de muitos sobre o que acontece no mundo hoje – e a finitude de tudo.
A trilha sonora, com “Born to Be Wild”, da banda Steppenwolf, encabeçando as canções utilizadas por Wan, também é destaque, sendo de fácil conexão e alimenta o enredo proposto. O roteiro também ganha pontos por ter partido de Momoa a história, com Wan, David Leslies Johnson-McDolrick (que assina sozinho oscript) e Thomas Pa’a Sibbett ajustando o que estaria em tela.
No fim,Aquaman 2: O Reino Perdido é o fim melancólico – mas esperançoso – do que a DC vem produzindo desde 2013. Momoa reinventou o personagem, mudando percepções e ganhando fãs sobre “o cara que fala com peixes”, e mostrou que seu carisma vence adversidades – e conquistou a bilheteria em 2018. A história do longa-metragem é potenciada pela atualidade, e enredos sobre família sempre são acertos dentro do audiovisual (independente se há aclamação ou não do projeto), e resta apenas a dúvida sobre o que Gunn e Safran desejam fazer com o personagem a partir de 2024.
Aquaman 2: O Reino Perdido estreou hoje, 20 de dezembro, nos cinemas brasileiros.