Críticas | Mistério em Cemetery Road

Disponível no catálogo do Apple TV, “Mistério em Cemetery Road” é baseado em livro de Mick Herron.

Críticas - Mistério Em Cemetery Road (down Cemetery Road)
Emma Thompson e Ruth Wilson são as protagonistas da série limitada. (Foto: Reprodução)

O gênero de mistério possui a fórmula simples de acompanhar um caso do momento que o crime é cometido até sua solução – seja positivo ou negativo para o protagonista. Elementos de suspense e reviravoltas são essenciais para manter o leitor ou telespectador na mesma mentalidade que o investigador principal (detetive profissional, privado ou alguém que acaba cruzando o caminho do mistério central).

Neste ano de 2025, estamos acompanhando boas produções inéditas do gênero – mesmo que, por muitas vezes, não ganhem o devido carinho do público ou da crítica. Somente na Netflix, tivesses Dept. Q e Assassinato na Casa Branca, enquanto o Apple TV trouxe Cortina de Fumaça para mostrar algo diferenciado na busca por dois incendiários.

O retorno de Slow Horses, renovada até a sétima temporada pelo Apple TV, mostra que a plataforma de streaming está na empreitada de solidificar o gênero em seu catálogo. E, com uma nova produção nova, acrescenta, também, nas séries cuja principal engrenagem seja seus protagonistas.

Baseado em obra homônima de Mick Herron (mesmo autor da série de livros que inspirou Slow Horses), Mistério em Cemetery Road (Down Cemetery Road) é centrado em Sarah Trafford (Ruth Wilson) que, após uma explosão e o desaparecimento de uma criança acontecerem na mesma noite em sua vizinhança suburbana, contrata Zoë Boehm (Emma Thompson) para investigar o caso.

A produção mergulha em uma conspiração governamental que data de missões de um batalhão no Afeganistão, envolvendo arma química e queimas de arquivo. Sarah ainda cruza o caminho de Michael Downey (Nathan Stewart-Jarrett), que está diretamente ligado na missão do exército britânico e também busca a garotinha desaparecida.

Escrita por Morwenna Banks, a série limitada é mais um exemplo de como britânicos bebem algo diferenciado ao realizarem produções investigativas. Seja as influências de Agatha Christie, Arthur Conan Doyle, Dorothy L. Sayers, entre outros autores britânicos do gênero, o seriado mostra, também, o poder narrativo de Herron desde seu primeiro livro.

Em oito episódios, todos dirigidos por Natalie Bailey, o enredo se desenvolve de maneira engajante, que intriga o telespectador a mergulhar no mistério. Afinal, cada capítulo termina com uma reviravolta importante – e que apenas acrescenta a caçada e corrida contra o tempo.

Thompson é sempre gloriosa em cena e, com sua detetive mal-humorada, ríspida e cheia de falhas, é destaque pela maneira como conduz essa investigação. Wilson é uma ótima parceira de cena e sua personagem se torna perspicaz conforme a história avança – na busca por sua própria sobrevivência.

O elenco de apoio também é fundamental para a história acontecer. Stewart-Jarrett conquista conforme a trajetória trágica de Downey é revelada, e todas as ações governamentais são expostas para o público em doses para ser algo digerido.

Assim, Mistério em Cemetery Road é mais um exemplo de ótima produção britânica de investigação, cujo foco está tanto no mistério quanto em seus personagens. A maneira como Banks (roteirista de Slow Horses) conta essa história, se alimenta bastante da tenacidade e brilhantismo de Thompson e Wilson – inclusive em fazer ambas personagens se destacarem. O seriado intriga, questiona e levanta novamente casos envolvendo ações militares – e as obras de Herron se mostram achado de ouro para o Apple TV.

Mistério em Cemetery Road estreou em 29 de outubro no catálogo do Apple TV. A série limitda terá episódios disponibilizados semanalmente até 10 de dezembro na plataforma de streaming.

Nota:

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