Primeiras Impressões | IT: Bem-Vindos à Derry

“IT: Bem-Vindos à Derry” estreia neste domingo, 26 de outubro, na programação da HBO e catálogo da HBO Max.

Primeiras Impressões - It: Bem-vindos à Derry (it: Welcome to Derry)
Foto: Reprodução

Prequels, ou prelúdios, possuem a distinta função de contar sobre o passado, enquanto enriquecem o que conhecemos de projetos do “presente”. Acompanhadas de uma aura particular, essas obras precisam encaixar peças de um quebra-cabeça da mesma maneira que atiçam o público a buscar novas perguntas a serem respondidas.

Inspirada no universo literário de Stephen King, IT: Bem-Vindos à Derry (IT: Welcome to Derry, no título em inglês) é um dos destaques desse segundo semestre – e promete intrigar a audiência para além do que já foi estabelecido nas telas.

Servindo como prequel de IT: A Coisa (2017) e IT: Capítulo 2 (2019), a série começa com o desaparecimento de um garotinho que coincide com a chegada de uma família à cidade de Derry. O seriado promete ser a história de origem do palhaço Pennywise (vivido novamente por Bill Skarsgard), e trazer elementos de outras obras de King.

Nos dois episódios assistidos, começamos a mergulhar nessa mitologia da cidade e de seus residentes. O grande destaque inicial é Clara Stack, que dá vida a Lilly que passou um período em Juniper Hill, instituição psiquiátrica, após presenciar a morte do pai de forma traumática. A personagem é uma das âncoras dos capítulos e, ao lado de Amanda Christine (que interpreta Ronnie), entendemos melhor o funcionamento do ambiente escolar e os primeiros passos de Pennywise nos esgotos da cidade.

Neste meio tempo, ainda presenciamos Leroy Hanlon (Jovan Adepo), um piloto condecorado das Forças Armadas, que chega da recém-estabelecida base militar em Derry. Ao lado da esposa e do filho (Taylour Page e Blake Cameron James, respectivamente) e do amigo Pauly Russo (Rudy Mancuso), são jogados no miticismo da cidade e precisam buscar o próprio espaço – lutando ainda contra o racismo, classismo social e teorias de conspiração que circulam em todos os lados.

Parte da narrativa está, assim como nos filmes, na perda da inocência das crianças – seja a forma dramática como Lily acaba recontando sobre o pai ou como Ronnie precisa “crescer” na adversidade envolvendo o pai, e até como outras crianças acabam se conectando ao primeiro desaparecimento. Essa característica é fundamental para que o enredo se concentre, também, em uma versão da década de 1960 do Clube dos Perdedores e misture com os percalços da vida escolar.

Os dois episódios iniciais foram dirigidos por Andy Muschietti, diretor dos filmes de 2017 e 2019. Sem medo do gore, da violência e da tensão exacerbada, os primeiros capítulos são um testamento do que está por vir para o público. É distinta a maneira como construiu a narrativa e como consegue costurar os elementos de obras de King (como Juniper Hill e Dick Hallorann, vivido por Chris Chalk) dentro dessa história específica, enquanto equilibra com dramas sociais mais profundos da época.

No fim, IT: Bem-Vindos à Derry é uma demonstração de expansão de universo que cementa uma história de origem. Mesmo ambientada no passado, ainda é capaz de ressoar com o presente e ser aterrorizante de diversas maneiras. Muschietti faz questão de elevar o terror e firmar o que conhecemos da cidade e, até mesmo, da mitologia dos livros de King – sem deixar de traçar um início devastador para atiçar o público a desejar saber mais sobre cada um dos elementos dessa história.

IT: Bem-Vindos à Derry estreia neste domingo, 26 de outubro, na programação da HBO e, também, estará disponível no catálogo da HBO Max.

Populares no momento

Descubra mais sobre Entre Séries

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading

Sair da versão mobile