Críticas | Uma Batalha Após a Outra
Dirigido e escrito por Paul Thomas Anderson, “Uma Batalha Após a Outra” estreia em 25 de setembro nos cinemas brasileiros.
Existem aquelas obras que, mesmo não serem projetos para tal feito, se tornam revelantes para a atualidade de maneira quase sobrenatural. Por vezes, trazem elementos quase distópicos, alternativos para que sua narrativa seja revelante e não mergulhe diretamente na realidade – apenas se aproximem o suficiente para que as alegorias sejam detectáveis pelo público.
Inspirado no livro “Vineland“, de Thomas Pynchon (mesmo autor de Vício Inerente), Uma Batalha Após a Outra é centrado em um pai em busca da própria filha quando inimigos do seu passado ressurgem em sua vida – forçando-o a sair de um disfarce projetado há 16 anos.
Eletrizante, o diretor Paul Thomas Anderson dedica os 162 minutos a um épico com semelhanças profundas à realidade. Com toques de humor, não deixa de explorar situações inerentes ao que conhecemos dos Estados Unidos e seu imperialismo moral, aterrizando em
O protagonismo de Leonardo DiCaprio não é ameaçado nesta tribulação de pai arriscando muito para encontrar sua filha. Porém, é inegável a maneira como Teyana Taylor brilha nos breves momentos que aparece, e como Chase Infiniti é uma revelação em meio a nomes como Sean Penn (em um papel antagônico a DiCaprio) e Benicio del Toro.
Aplausos para cenas de ação, principalmente aquelas envolvendo estradas e carros, com perseguições que te deixam agarrado à cadeira. Os momentos são característicos do diretor, assim como o roteiro é agudo, e um tom cômico que está atrelado, principalmente, ao desespero do personagem de DiCaprio.
A competência de Anderson em entregar momentos que misturam o puro entretenimento e uma tensão escalonada é apenas reiterada com a trilha composta por Jonny Greenwood (colaborador de longa data de Anderson). Outras canções, como “American Girl“, de Tom Petty and the Heartbreakers, que está nos créditos finais, marcam sutilmente as cenas e englobam aqueles momentos determinantes.
Assim, Uma Batalha Após a Outra não deixa de trazer elementos tão conhecidos de seu diretor, enquanto busca elevar sua própria voz em meio ao caos. Audacioso, Anderson consegue trazer a pertinência política de sua narrativa ao lado de um projeto engajante, divertido, cômico em momentos de tensão. Neste filme, tudo parece estar incrivelmente alinhado, suntuoso e revelante à atualidade.
Uma Batalha Após a Outra estreia em 25 de outubro nos cinemas brasileiros.
