Críticas | Superman

“Superman” estreia em 10 de julho nos cinemas brasileiros.

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“Superman” é escrito e dirigido por James Gunn. (Foto: Reprodução)

Recentemente, se tornou comum questionar a tal “fadiga de filmes de super-heróis”. Com uma óbvia queda nos números de bilheteria, é perguntado até que ponto esse desinteresse do público está relacionado as histórias contadas pelos estúdios.

Porém, somente neste mês de julho, teremos dois grandes lançamentos que prometem ser um momento importante para a trajetória deste ano da bilheteria. Ambos novas versões de personagens icônicos, que não precisam de grandes introduções, estamos presenciando um momento capaz de fazer do ano de 2025, ser lembrado pela magnitude de suas narrativas.

Anunciado em janeiro de 2023, meses após James Gunn anunciar estar trabalhando em um novo filme no universo da DC Studios, Superman marca o início de uma nova fase do estúdio. Com tantas versões do herói, incluindo a série Superman & Lois (2021-2024), exibida pela CW, é possível questionar se é necessário mergulhar novamente nessa trajetória. E, com poucos minutos, podemos dizer que sim, é mais do que necessário.

No longa-metragem, após entrar em um conflito geopolítico, Clark Kent (David Corenswet) precisa se reconciliar com sua herança kryptoniana e sua crianção por humanos em Smallville no Kansas. Neste capítulo, entra Lex Luthor (Nicholas Hoult) e sua crueldade, sua raiva exacerbada contra o herói – cujas ações permeiam os 130 minutos do filme.

Uma epopeia, o longa-metragem dirigido e escrito por Gunn é uma clássica história de quadrinhos. Acompanhamos Clark em um período curto, pincelando seu romance com Lois Lane (Rachel Brosnahan) e suas vulnerabilidades além da kryptonita. Aqui, presenciamos uma humanidade tão pura, que contrasta diretamente com sua profissão e, até mesmo, como outros pares enxergam o mundo.

A química entre Corenswet e Brosnahan vai além de momentos como casal, mostrando uma afinidade explosiva. Em uma das primeiras cenas, o diálogo entre as personagens mostra os conflitos entre eles, como são duas caras de uma mesma moeda. A dinâmica no Planeta Diário também é mostrada e, ao lado de Jimmy Olsen (Skyler Gisondo), o trio é um acerto para a costura de todos os núcleos. Além disso, Clark e Lois são âncoras um do outro com diálogos centralizadores, equilibrados, que mostram parte da razão de serem adorados pelo público-geral.

O fato de ser imigrante é fundamental para acontecer a conexão entre a dualidade de personas do protagonista. Traçando paralelos com a atualidade, a força política do filme é algo extraordinário de presenciar na tela. E, se alguém tiver problema com o tópico, precisa urgentemente reler algumas percepções e como o herói se apresenta no mundo e compreender, de uma vez por todas, que as ações do herói de Metrópolis está integralmente interligada com o fato de ter crescido em uma cultura totalmente diferente da sua origem.

Hoult se destaca como o vilão Luthor. Sua prepotência é símbolo de sua própria ilusão, de segundas intenções nessa busca pela derrota de Superman e de como parte da mídia se comporta em relação à algumas personalidades. A maneira que se torna cada vez mais maléfico, muito além de utilizar kryptonita para paralisar o alienígena que tanto despreza, o Luthor de Hoult é daqueles que fazem o público querer ver mais.

A presença de Guy Gardner (Nathan Fillion), Mulher-Gavião (Isabela Mercedes) e Sr. Incrível (Edi Gathegi) mostra um início promissor do que, em um futuro próximo, possa ser a Liga da Justiça. Mais que isso, é uma introdução, nos cinemas, de personagens escanteados e que possuem uma mitologia, no mínimo, interessante de presenciar. E, apesar de não ter tantas participações, e as duas cenas pós-créditos serem dedicadas ao filme, ainda encontramos easter eggs promissores dos próximos passos.

Assim, Superman é um ótimo começo para o capítulo “Deuses e Monstros” da DC Studios. O carisma do herói eleva o poder narrativo da história de Gunn, e qualquer semelhança com a realidade, não é coincidência. O trio formado por Corenswet, Brosnahan e Hoult está espetacular em cada cena, com um elenco de apoio afiado e pronto para se destacarem e, no fim, podem se tornar memorávies nessa jornada.

Superman estreia em 10 de julho nos cinemas brasileiros.

Nota: