Críticas | Jogo Cruzado – 1ª Temporada

“Jogo Cruzado” estreia em 9 de julho no catálogo do Disney+.

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Carol Castro e José Loreto são os protagonistas da série. (Foto: Reprodução)

A área esportiva é um dos lugares mais misóginos. Seja em campos, quadras ou no âmbito do jornalismo, ainda encontramos aqueles que acreditam que mulheres não devam estar nesse lugares – e nem entramos aqui em questões religiosas de alguns países.

Combinado com a crescente presença de influenciadores ou jogadores em programas, que, muitas vezes, conquistam esse “mérito” pelos números de seguidores, entramos no principal enredo da nova produção nacional do Disney+.

Em Jogo Cruzado, Elisa Montes (Carol Castro) é uma jornalista esportiva talentosa de pavio curto. Quando surge a oportunidade de apresentar um programa, ela logo agarra a chance que tanto esperou. Porém, o que não contava, era que precisa dividir a bancada com Matheus Reis (José Loreto), jogador de futebol famoso por suas farras fora do campo, e que precisou interromper sua carreira por um problema de saúde.

Com oito episódios, cujas durações não passam dos quarenta minutos, a série mostra parte dos bastidores de um programa de televisão – e a nova “fase” de preterir profissionais e contratar algumas pessoas mais pelo nome do que pela competência – na busca de atrair audiência. Em um cenário caótico, principalmente com Suzana (Luciana Paes) ascendendo na emissora, os episódios se concentram em embates de personagens.

Castro é uma força nessa empreitada, com uma personagem que, mesmo nepobaby, consegue se destacar em uma área competitiva. A passionalidade dela é algo positivo dentro dos episódios, mesmo com um roteiro que preza bastante pela familiaridade com o estilo estadunidense. Loreto traz inspirações de vários jogadores em seu personagem, e é interessante ver ele amadurecer em cena.

Os papéis secundários são fáceis de identificar nessa construção narrativa proposta. Encontramos desde o amigo de infância que vira “parça” (Leandro Ramos); a influencer que busca mostrar ser mais que um “rosto bonito” (Aline Dias); a nova chefe do canal, em uma batalha pessoal com o próprio irmão pelo controle da emissora (Luciana Paes); o diretor que precisa sempre apagar incêndios figurativos no switcher para manter o programa no ar (Danilo Moura); e o jogador de futebol com dilemas pessoais em um cenário nada agradável para viver sua individualidade (Gabriel Santana).

Entretanto, assim como outras produções com poucos episódios, acelera o desenvolvimento para entregar o máximo para o público – na busca pela renovação e conseguir construir melhor os arcos propostos.

Assim, Jogo Cruzado é uma série rápida de ser consumida, que, mesmo com temas mais espinhosos que permeiam a sociedade no geral, principalmente nesta década, não se deixa levar muito a sério. Castro e Loreto possuem uma dinâmica que possui espaço para ser mais explorada, e outras personagens possuem pouco desenvolvimento para, também, ganharem construção em uma eventual segunda temporada.

José Cruzado estreia em 9 de julho no catálogo do Disney+.

Nota:
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