Críticas | F1: O Filme

“F1: O Filme” estreia em 26 de junho nos cinemas brasileiros.

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Brad Pitt e Damson Idris são os protagonistas do filme. (Foto: Reprodução)

A alta velocidade está, novamente, em ascendência no audiovisual. Desde os primeiros Velozes e Furiosos, quando ainda se tratava de corridas ilegais na rua, e talvez a franquia Carros, não se via uma mobilização tão grande em explorar cenários de esportes automobilísticos. Somente nos últimos anos, o cinema trouxe Ford vs Ferrari (2022), sobre a corrida de Le Mans de 1966, Gran Turismo (2023), inspirada no jogo homônimo, e, nas TV, a minissérie Senna, da Netflix, e Motorheads, que chegou em maio no catálogo do Prime Video, se tornaram sucesso entre o público.

Desta forma, é questionável o quanto demorou para que a Fórmula 1, a elite do automobilismo, se tornasse enredo – ou, pelo menos, plano de fundo – para uma produção grandiosa. Com Lewis Hamilton, heptacampeão do esporte, atualmente na escuderia Ferrari, entre os produtores executivos, chegou a vez de celebrar a modalidade de forma categórica.

Em F1: O Filme, acompanhamos Sonny Hayes (Brad Pitt), que precisou se aposentar precocemente em sua carreira na Fórmula 1 após um acidente grave. Trinta anos depois, é recrutado por um amigo, dono de uma escuderia em decadência, a se tornar o segundo piloto durante a temporada. Suas táticas entram em colisão com o jovem piloto, Joshua Pearce (Damson Idris), ao mesmo tempo que tenta ser o mentor do rapaz.

Dirigido por Joseph Kosinski, é inegável que o filme prioriza as cenas das corridas, gravadas ao longo da temporada regular de 2023 e com participações dos pilotos daquele ano (mesmo que não tenham nenhuma fala). Eletrizantes da sua própria maneira, as sequências das nove corridas apresentam estímulos visuais para mergulhar o espectador ao máximo nessas corridas, e trazer a emoção das ultrapassagens e colisões para breves minutos em tela.

Porém, ao longo dos 156 minutos, pouco é possível se importar com parte da narrativa pessoal do protagonista, incluindo seu romance com Kate (Kerry Condon), engenheira principal da equipe. O diretor busca replicar um sentimento atingindo com Top Gun: Maverick (2022), mas não reconhece que o que ajuda em um dos filmes símbolos de 2022, é a familiaridade do público.

Entretanto, o personagem de Pitt não é carismático o suficiente para que isso seja possível, por vezes colocando-o como aquele que é capaz de pensar em tudo (carro, estratégias de corridas) que levará uma equipe zebra a vitória. Além disso, o roteiro de Ehren Kruger não proporciona algo tão competente para que o elo entre mentor e mentorado seja algo extraordinário, que evolua para que os momentos finais sejam gratificantes.

Assim, F1: O Filme é um busca pela celebração de um esporte que atravessa o mundo, com carros velozes e pilotos cada vez mais inseridos em uma cultura de fandom. Apesar de momentos que mostrem que um piloto precisa de treinamentos que desafiam a lógica (do pescoço, passando por agilidade e extensivos simuladores), o roteiro e a direção preferem ser algo bajulador de um personagem irritante, que livra uma equipe pequena de mais uma temporada decepcionante – com insights repetidos por outros personagens, mas nunca levados em consideração.

F1: O Filme estreia em 26 de junho nos cinemas brasileiros.

Nota: