Críticas | Elio

“Elio” estreia em 19 de junho nos cinemas brasileiros.

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Foto: Reprodução

Conhecemos projetos que demoram anos para serem lançados, com constantes mudanças ao longo do caminho. Diferenças criativas, alteração de rumos em relação à narrativa, fazem parte de um caos associado aos adiamentos e, em alguns casos, descartes completos.

A Pixar sofreu com esse problema recentemente, com mudanças drásticas que resultaram em elenco modificado e até parte da história de seu novo lançamento.

Em Elio, somos apresentados a um garoto apaixonado pelo espaço, com uma imaginação fértil e uma grande obsessão por alienígenas. Quando acaba transportado para o Comuniverso, organização interplanetária que abriga representantes de várias galáxias, ele embarca em uma missão épica ao ser identificado erroneamente como o líder da Terra.

O longa-metragem é centrado no tema de pertencimento. Com o protagonista órfão que não consegue criar um laço com sua tia Olga, o longa-metragem mergulha neste sentimento para contar sua narrativa. Ao utilizar a ambientação militar, extremamente rígida, e uma responsável que precisa assumir em momento delicado, conseguimos compreender como o luto não foi diluído, conversado, e como a ligação entre tia e sobrinho é fragilizada por esses elementos.

Além disso, o elo improvável entre Elio e Glordon, filho de um imperador que deseja entrar para o Comuniverso, mostra outros lados sobre o sentimento de deslocamento e expectativas parentais. Durante os 99 minutos, essa ligação se torna fundamental para carregar o enredo, com o clímax sendo o momento que ambos enxergam que a conversa, o diálogo, ajuda a tornar público o que desejam – e que talvez vejam de forma distorcida suas figuras parentais.

Um dos destaques é o quão colorido o filme se apresenta. As situações apresentadas no Comuniverso e seus diferentes alienígenas, são uma explosão de cores e formas, radiantes em tela. Mesmo passando por três pares de mãos, a direção não parece ser algo picotado, mas unificado e com características que se somam de seus diretores.

Assim, Elio tem uma temática constante da Pixar, sobre onde se encaixar nesse mundo tão vasto, em uma alegoria que adiciona o fantástico dos alienígenas, do cósmico. Uma narrativa atraente, com personagem principal carismático, sincero, fácil de querer proteger, e discurso que ressoa com diferentes idades. O filme é um dos projetos recentes mais acolhedores da Pixar, e isso não é fácil de realizar – e nem de ser crível para um público cada vez mais obcecado em análises e não sentimentos.

Elio estreia em 19 de junho nos cinemas brasileiros.

Nota: