Entre Fatos | A história de Maria Bonita além do retratado em ‘Maria e o Cangaço’

“Maria e o Cangaço” estreou em 4 de abril no catálogo do Disney+.

Maria e o Cangaço Entre Fatos
Ísis Valverde interpreta Maria Bonita em “Maria e o Cangaço”. (Foto: Reprodução)

A minissérie Maria e o Cangaço estreou na sexta-feira, 4 de abril, no catálogo do Disney+. Baseada na obra de Adriana Negreiros, “Maria Bonita: Sexo, Violência e as Mulheres no Cangaço“, a produção trouxe os momentos finais do grupo, focando na trajetória da mulher que ousou se impor no cangaço.

Confira sua história neste Entre Fatos.

Origem de Maria Bonita

Nascida Maria Gomes de Oliveira, em 17 de janeiro de 1910, em Santo Antônio da Glória (atual Paulo Afonso, na Bahia), cresceu em uma família humilde.

Maria Bonita casou-se cedo, aos 15 anos, com um primo distante. Durante o casamento, sofreu com agressões e adultério, e se vingou ao começar a trair o marido com diferentes homens. Ao conhecer Virgulino Ferreira da Silva, que seria conhecido como Lampião, fugiu com ele e começou a participar ativamente dos cangaceiros.

Ingresso no Cangaço

Dentro do grupo liderado por Lampião, começou a ser conhecida como Maria de Déa. Com personalidade forte, não foi abusada pelos cangaceiros (diferente de outras mulheres do grupo), e tinha diversas regalias.

Apesar de serem retratados como casal apaixonante, Maria era traída por Lampião, e tinha crises de ciúme. Em 1931, chegaram a viajar para uma fazenda para desfrutarem da lua de mel que não tiveram para apaziguar as crises. Relatos afirmam que por vingança, Maria iniciou caso extraconjugal com um comerciante, que lhe dava presentes – e que marido jamais desconfiou.

Sua gravidez foi comprovada no mesmo ano. Batizada como Expedita Ferreira Nunes, foi a única criança reconhecida legalmente e, sob as regras do cangaço, foi entregue para ser criada por um casal de amigos vaqueiros.

Morte

Assim como Lampião e outros nove companheiros, faleceu em 28 de julho de 1938, quando os cangaceiros estavam acampados em Grota do Angico, em Sergipe. O grupo foi atacado de surpresa pela polícia alagoana. Acredita-se que foram traídos pelo apoiador Joca Bernardes.

Maria foi alvejada por dois tiros: um no abdômen e outro nas costas. Logo em seguida, foi decapitada viva por José Panta de Godoy, com sua cabeça e a de Lampião, enviadas para Salvador, para exames por especialistas do Instituto Médico Legal do Estado e colocadas para exibição pública em Piranhas, no Alagoas.

Em 1969, mais de 30 anos depois, as cabeças decepadas mumificadas foram retiradas da exposição do museu de Salvador e enterradas no cemitério Quinta dos Lázaros em Salvador.

Apelido

O apelido de Maria Bonita só se difundiu após sua morte.

Entre as versões aceitas sobre o apelido, está que repórteres dos jornais do Rio de Janeiro se inspiraram no filme homônimo, lançado em 1937. A segunda teoria é a de soldados que se impressionaram com a beleza dela no dia de sua morte.

Fontes: