Críticas | Serra das Almas

“Serra das Almas” estreia em 24 de abril nos cinemas.

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Pally, Mari Oliveira e Julia Stockler estão no elenco do filme. (Foto: Divulgação)

Por definição, o gênero de suspense deve manter um interesse com sua narrativa, com níveis de tensões que escalonam ao longo do enredo. Assim, é fundamental que a história caminhe de forma que intrigue o público, que faça a audiência questionar todos os acontecimentos.

Em Serra das Almas, um roubo de joias em Pernambuco reúne um grupo de amigos que acabam em resultados terríveis. Sem querer, acabam envolvendo duas repórteres com passado conturbados e um estranho que poderá intensificar ainda mais a estadia no local que juraram deixar para trás.

Dirigido por Lírio Ferreira (Cartola), o filme se perde em sua própria linearidade, com pulos bruscos para contar a história. Apesar de tentar trazer o suspense para aquele espaço, se alonga demasiadamente para que tudo do contexto seja explicado com diálogos, e não deixa a tensão envolver em nenhum desses momentos.

Além disso, a forma como o crime cometido, o jornalismo e outras situações são apresentadas, se tornam vagas, superficiais, beirando a falta de estudo sobre os detalhes para enriqueceram a trama desejada. O roteiro possui viradas que não chegam a ser surpreendentes e/ou bem construídas, e uma desnecessidade absurda dos 120 minutos de duração.

Ao mesmo tempo que pouco entendemos algumas falas de diálogos, outras são apresentadas duas vezes para o público – e isso, acredito, que seja parte do problema de pulos temporais diferentes e bruscos durante a sua exibição.

Com isso, as atuações de nomes como Pally, Mari Oliveira, Julia Stockler, Ravel Andrade, entre outros, ficam esvaziadas para os temas abordados, quase desperdiçados e sem grandes desenvolvimentos. Em partes, parece querer ser uma grande revolução cinematográfica, quando apenas se estagna no mediano por não alcançar o envolvimento do público.

Assim, Serra das Almas não sabe onde exatamente se encaixa entre os gêneros. A falta de narrativa linear contribuí para uma história apática, com as personagens sem qualquer carisma para que, pelo menos, seja intrigante acompanhar suas ações e embates. E isso está diretamente ao encontro de um roteiro mal estruturado, uma montagem sem dinâmica, e o subaproveitamento do gênero.

Serra das Almas estreia em 24 de abril nos cinemas.

Nota: