Críticas | Uma Advogada Brilhante

“Uma Advogada Brilhante” estreia em 6 de março nos cinemas brasileiros.

Uma Advogada Brilhante Críticas
Leandro Hassum é o protagonista do filme. (Foto: Reprodução)

A indústria cinematográfica – e, também, os palcos – está acostumada com produções que mostram o cross-dressing, a arte de se vestir com peças associadas ao gênero oposto ao designado no nascimento. Quanto Mais Quente Melhor (1959), Ela é o Cara (2006), e até mesmo Mulan (1998) são apenas alguns dos exemplos que mostram a necessidade de fingir ser do gênero oposto ao atribuído ao nascer, para fugir de situações, ascender em um esporte ou ajudar a família em uma guerra.

Porém, conseguir o equilíbrio nesse gênero de produção é fundamental para não parecer uma zombaria – mesmo que quem esteja por trás tenha vivência em temas abordados. A razão disso é que nem tudo é passível como em décadas anteriores, onde não tinha um pente-fino e uma lupa em como os temas são abordados.

Em Uma Advogada Brilhante, acompanhamos Michelle (Leandro Hassum), que detesta seu nome por ser confundido com nome feminino, mas a pronúncia correta é “Mikelle”. No mesmo dia que recebe a incumbência de sustentar a ex-esposa e o filho, ou ambos serão liberados para sair do país, recebe a informação que o escritório de advocacia que trabalha será comprado e somente mulheres vão continuar a trabalhar no local. Por sorte, ou azar, seu nome é confundido e, para continuar empregado, passa a se vestir de mulher – descobrindo, no processo, que é muito mais difícil que parece.

Dirigido por Ale McHaddo, que escreveu o roteiro ao lado de Luiz Felipe Mazzoni e Cris Wersom, o filme beira as problemáticas mais comuns envolvendo esse tipo de situação no século XXI. Inspirações como Tootsie (1982) ou Uma Babá Quase Perfeita (1993) funcionam por serem do século passado, enquanto As Branquelas (2004), por exemplo, faz parte da transição de aceitável para problemático.

Mesmo com alguns momentos de riso pelas situações absurdas e alguns diálogos que parecem parte de improviso, os 85 minutos do longa-metragem não celebra o que mais deseja. O filme se desdobra mostrar como ser mulher em um ambiente machista, mas, mesmo buscando ser didático em mansplaning, por exemplo, ainda assim seu discurso fica raso.

Assim, Uma Advogada Brilhante tenta trazer uma visão brasileira do ambiente de trabalho e oportunidade de emprego com confusões básicas. Entretanto, sua corrida na edição e o roteiro pouco brilhante não traz tudo que deseja que seja abordado, muitas vezes beira à problemática – apesar de ter pessoas incríveis por trás.

Uma Advogada Brilhante estreia em 6 de março nos cinemas brasileiros.

Nota:


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