Críticas | O Macaco
“O Macaco” estreia em 6 de março nos cinemas brasileiros.

É de conhecimento geral (ou quase isso) que Stephen King detesta a adaptação de O Iluminado dirigida por Stanley Kubrick em 1980, e outras produções também foram criticadas pelo autor. Como são mais de 60 livros publicados (e mais de 200 contos), são diversas adaptações que chegaram ao público, tanto incríveis como o trabalho de Kubrick, quanto outras questionáveis.
O Macaco (The Monkey) é um conto escrito por King em 1980 e a mais recente adaptação de uma obra do autor estadunidense. Centrado nos gêmeos, Hal e Bill (Christian Convery na primeira fase, e Theo James na segunda), os irmãos descobrem no sótão de casa, nas coisas do pai, um macaco de brinquedo e, ao darem corda, mortes terríveis começam a acontecer. Eles, então, decidem se livrar do brinquedo e seguir em frente. Anos depois, distanciados, mortes bizarras começam a acontecer novamente na cidade que cresceram – e precisam se reconectar para conseguir destruir o brinquedo.
A direção e o roteiro de Osgood Perkins (Longless – Vínculo Mortal) funcionam na bizarrice dos eventos, na maneira como o macaco funciona, e sem medo de ser sanguinário. Destaque, por exemplo, para a cena inicial, que logo mostra o tom do longa-metragem e como será o comportamento dos personagens.
Além disso, o roteiro de Perkins traz momentos de riso que quebram a tensão de maneira que mostre absurdos das situações. A introdução desses momentos mescla bem com o horror e como a narrativa é desenvolvida desde o início, e, também, uma interessante analogia sobre luto (tema comum abordado em filmes de terror)
James e Convery sabem diferenciar os gêmeos, construindo cada personagem que funcione longe um do outro – e, também, que se complementem em cena. A virada principal é algo que consegue surpreender, ou, pelo menos, ser algo apreciada para a história, enquanto mantêm apostas altas sobre quem será a próxima vítima.
No fim, O Macaco possui cenas sangrentas para entreter aqueles que amam esse lado do gênero. Com um senso de humor apurado, Perkins consegue construir uma história em tela para que o público mergulhe nas bizarrices desde o começo dos 93 minutos, amarrando a narrativa de maneira satisfatória e com nuances em seus temas abordados.
O Macaco estreia em 6 de março nos cinemas brasileiros.