Críticas | O Brutalista

“O Brutalista” estreia em 20 de fevereiro nos cinemas brasileiros.

O Brutalista Críticas
Adrien Brody é o protagonista do filme. (Foto: Reprodução)

Histórias imigratórias ressoam constantemente em nossa sociedade atual. Quando contadas em séculos passados, contemplam pedaços muitas vezes perversos que deveriam expor feridas – mas geralmente mostram como não se aprendeu nada ou evidenciam hipocrisias envolvendo conflitos atuais.

O Brutalista é centrado no arquiteto László Tóth (Adrien Brody), imigrante húngaro que, após a Segunda Guerra Mundial, chega aos Estados Unidos em busca de um recomeço, mesmo deixando a esposa e a sobrinha, também vítimas do holocausto, na Europa. Na cidade da Filadélfia, é recepcionado por seu primo Attila (Alessandro Nivola) e a esposa (católica) Audrey (Emma Laird), trabalhando em sua loja de móveis.

Após um projeto encomendado por Harry Lee (Joe Alwyn) para o pai Harrison (Guy Pearce) não ganhar o devido apreço, László passa a trabalhar em outro local até reencontrar Harrison, que descobre que o húngaro é celebrado em seu país, e, assim, encomenda um espaço gigantesco. Nesse meio tempo, Erzsébet (Felicity Jones) e a sobrinha Zsófia (Raffey Cassidy) finalmente chegam aos Estados Unidos, mas percebem que nada são flores.

Dirigido por Brady Corbet (que escreveu o roteiro ao lado de Mona Fastvold), o filme demorou anos para ser produzido e chegou em um momento brutal da história – o que faz, a meu ver, perder parcialmente seu brilhantismo e ser uma visão complicada sobre os acontecimentos pós-Segunda Guerra Mundial. Além disso, a superficialidade em tópicos que são estranhos de não serem explorados durante os 215 minutos (sem contar o intervalo), e ainda assim, parecem não concluir totalmente a narrativa proposta.

Dividido em duas partes principais, além de um prólogo e um epílogo, o longa-metragem se concentra entre 1947 e 1960, e se apoiando em partes da história estadunidense, nos rótulos das cidades para serem “grandiosas”.

Entretanto, é inegável uma beleza estética para apaixonados por arquitetura. O título do filme se aproxima do adjetivo que descreve o estilo do uso austero de materiais e concreto exposto, refletindo um momento da história estadunidense que vangloriam mesmo com inúmeras problemáticas – e que dificilmente vão romper com essa visão.

Brody é uma força dentro deste longa-metragem, com Jones sustentando a parte emocional e Pearce o antagonismo persistente de lobos em peles de cordeiros. Alwyn também é uma figura interessante dentro da narrativa com seu Harry petulante, arrogante, figurando como outra versão de seu pai, contrastando com sua gêmea Maggie (vivida por Stacy Martin), que ameniza com gentilezas esse núcleo familiar.

Assim, O Brutalista é um trabalho potente de Corbet, que lutou uma década para que saísse do papel. Apesar de ser algo belíssimo, com momentos dignos de ser um dos principais concorrentes ao Oscar, o filme perde em não aprofundar alguns dos temas como vícios, xenofobias, intolerâncias, racismos, abusos. Entretanto, não deixa de fazer um esforço de contar uma história que ressoe com comunidades ao redor do mundo – mesmo com a visão estadunidense gritante dentro da narrativa.

O Brutalista estreia em 20 de fevereiro nos cinemas brasileiros.

Nota:

Ative o JavaScript no seu navegador para preencher este formulário.


Descubra mais sobre Entre Séries

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Descubra mais sobre Entre Séries

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading