Críticas | Capitão América: Admirável Mundo Novo

“Capitão América: Admirável Mundo Novo” estreia em 13 de fevereiro nos cinemas brasileiros.

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Foto: Reprodução

Desde o fim da terceira fase da Marvel Studios, com Vingadores: Ultimato, em 2019, uma inconsistência se manteve presente nos projetos. Não por falta de empenho ou histórias, mas a inserção de personagens que muitas vezes nem lembramos que existem e se perdem no meio de filmes e séries.

Alguns que se fizeram presente anteriormente, carregam nos ombros boa parte do legado estabelecido anteriormente e, também, como o público reage às novidades. Além de entregar novos escudos e armaduras, precisam relembrar uma história longa e que nem sempre foi consumida na íntegra – ou com algum apreço pela audiência, por medos e preconceitos.

Sequência de O Falcão e o Soldado Invernal, lançada em 2021 no catálogo do Disney+, Capitão América: Admirável Mundo Novo (Captain America: Brave New World, em inglês) tem uma missão muito mais desafiadora que a programada.

Sam Wilson (Anthony Mackie) assume de vez o escudo herdado por Steve Rogers (Chris Evans) e, apesar de discordâncias, aceita entrar em missões ordenadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Thaddeus Ross (Harrison Ford). Após encontrarem adamantium em uma das Ilhas Celestiais, uma guerra está prestes a acontecer que envolve manipulações em várias instâncias.

Aqui, o destaque fica para como Mackie e Ford contracenam. Ambos confortáveis em seus papéis, com uma troca excepcional em diálogos que antecedem o terceiro ato. Danny Ramirez também retorna como Joaquin Torres, o novo Falcão, e mostra uma adoração pelo que Wilson representou durante anos. Carl Lumbly também retorna como Isaiah Bradley, o primeiro super-soldado, e sua conexão com Wilson é o que acelera os acontecimentos.

A força das histórias do Capitão América no cinema, sempre foram a política, a intriga dentro dos altos comandos. Mostrar isso lembrando que O Incrível Hulk (2008) faz parte do cânone do universo, e de Eternos (2021), faz com que seja admirável a reintrodução de personagens e como podem funcionar na sexta fase, que irá iniciar com Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, em julho.

Entretanto, há problemáticas em seu enredo que enfraquecem o longa-metragem. A exemplo disso, é a personagem de Shira Haas que poderia ser substituída por qualquer outra e evitar polêmicas, já que seu único traço de personalidade é ser ex-Viúva Negra treinada na Sala Vermelha. Além disso, não acrescenta ao enredo e fica perdida dentro da narrativa, sendo engolida por seus colegas de elenco.

O enredo de “os dois lados estão errados” é cansativo, e sabemos que é maneira de apaziguar verdadeiros problemas associados, por exemplo, ao atual presidente dos EUA (e uma fala do Primeiro-Ministro japonês é o soco que mostra o lado real de Ross, por mais que ela insista que não é mais o Caçador de Hulk). A forma simplória com que desejam resolver os incidentes, como se apenas quatro países fossem importantes para que o tratado seja assinado, mostra uma preguiça no que poderia se assemelhar a Capitão América e o Soldado Invernal (2014).

A presença de um Samuel Sterns/Líder (Tim Blake Nelson) é explorada, mas o potencial se esvai conforme os minutos passam. O desperdício de Giancarlo Esposito, interpretando Seth Voelker/Coral, líder dos Serpentes, é risível, no mínimo, e se questiona quais foram as mudanças para reduzirem seu papel a este ponto de participação de luxo.

Assim, Capitão América: Admirável Mundo Novo tenta trazer elementos que se assemelham a obra de George Orwell que inspirou seu subtítulo, com conspirações governamentais e jogos da mente. A ação do terceiro ato é bem elaborada, e os efeitos envolvendo o novo uniforme de Wilson são fantásticos. Porém, os 119 minutos de narrativa fazem parte de uma nova construção (e, talvez tardia) dos próximos passos da Marvel nos cinemas, com um roteiro que se esforça para conseguir trazer algo relevante ao público – e consegue apenas pelo carisma de alguns de seus atores.

Capitão América: Admirável Mundo Novo estreia amanhã, 13 de fevereiro, nos cinemas brasileiros.

Nota:
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