Críticas | Maria Callas

“Maria Callas” estreia em 16 de janeiro nos cinemas brasileiros.

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Angelina Jolie interpreta a cantora de ópera no filme de Pablo Larraín. (Foto: Reprodução)

Pablo Larraín vem traçando um caminho interessante em sua filmografia. A chamada “trilogia de mulheres” chama a atenção por quem ele decidiu colocar na tela, desde a ex-Primeira Dama estadunidense Jackie (em 2016), passando por Diana (em Spencer, de 2021) e, agora, a cantora de ópera Maria Callas.

O filme, intitulado apenas de Maria no original, é sobre a última semana da cantora de ópera. Em uma jornada tumultuosa de fantasmas próprios, a mulher está em Paris e confrontando sua identidade – e sua vida.

Esteticamente belíssimo, o longa-metragem sabe aproveitar cenários luxuosos de teatros e o caminhar da capital francesa. Me agrada, profundamente, a simetria dos enquadramentos, saber qual o foco principal de cada ambientes.

Porém, há algo que incomoda dentro da proposta do roteiro de Steven Knight (responsável por Spencer). Durante os 123 minutos, caminhamos, também, por momentos da trajetória de Maria Callas através de flashbacks, que, por mais que ajudem a estruturar a narrativa, destoam brevemente do que acredito ser o que sustenta o recorte.

Mesmo que sejam importantes, saber desde sua infância complicada na Grécia, passando por seus amores e desencontros, além de momentos importantes no palco, o longa-metragem conseguiria mostrar a melancolia da cantora sem esses artifícios. O diálogo se sustenta dessa maneira, assim como o que está compondo a cena, seja os discos, os figurinos e a constante mudança do piano de local.

Angelina Jolie está linda, mostrando o tumulto pessoal da cantora envolvendo sua voz durante todos os momentos de lucidez e, também, alucinações. Apesar de mostrá-la nessa jornada de encontrar sua própria canção, em um momento delicado e pensa em retornar aos palcos, o filme não é um retrato intimista como seus antecessores buscaram ser.

No fim, Maria Callas é uma biografia dividida em quatro atos para um período curto da vida da cantora de ópera, enquanto também pincela sobre acontecimentos passados que moldaram sua trajetória dentro e fora dos palcos. Larraín possui uma estética objetiva no longa-metragem, mas que deixa de atingir o ápice e flutua sem direção em alguns momentos. Enquanto os palcos transcendem, a intimidade, a aproximação com a figura, deixa de acontecer mesmo em momentos cruciais para a narrativa.

Maria Callas estreia em 16 de janeiro nos cinemas brasileiros.

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