Críticas | Conclave

“Conclave” estreia em 23 de janeiro nos cinemas brasileiros.

conclave críticas
Ralph Fiennes é o protagonista do filme. (Foto: Reprodução)

Rumores se espalham rapidamente, em qualquer lugar. Mas a velocidade que informações circulam em ambientes fechados, se torna assustadora. Some isso a um dos espaços religiosos mais vigiados, e se torna um dos projetos mais intrigantes dos lançamentos do ano passado – e que está chegando aos cinemas brasileiro.

Dirigido por Edward Berger (Nada de Novo no Front, 2022), e baseado no livro homônimo escrito por Robert Harris, Conclave começa com a morte do Papa e o início da conferência para decidir quem irá assumir o papado. Com visões opostas em jogo, e o futuro da Igreja Católica se equilibrando perto do precipício, a reunião de cardeais se torna um verdadeiro pleito eleitoral, onde o passado é capaz de assombrar seus integrantes e suas ambições.

Ralph Fiennes e Stanley Tucci são o destaque do filme. A camaradagem e embates de suas personagens desenham o que estão enfrentando ao longo dos 120 minutos, de visões ultrapassadas ao que estará no futuro. A demora do Decano vivido por Fiennes em compreender os lados do jogo, e até mesmo como seus iguais o enxergam dentro do conclave, o faz expressar palavras triunfantes sobre fé, religião e hipocrisias, além de ser o responsável em saber de tudo que aconteceu com investigações que desmoralizam seus companheiros sem precisar de revelações bombásticas durante todo o período da reunião.

John Lithgow, Lucian Msamati, Sergio Castellitto e Carlos Diehz também integram o elenco de maneira magistral. Suas personagens são intrigantes ao mesmo tempo que deixam todas suas visões à mesa, sem medo de seus pares. Conforme revelações acontecem (incluindo uma nos momentos finais do filme), mergulhamos em como cada situação se apresentará para seus iguais e competidores.

O roteiro de Peter Straughan deixa, exatamente, esses momentos para acontecer o respiro. Misturando o inglês, espanhol, italiano e latim, o texto se intensifica até seu clímax, mesmo com apenas um grande momento que leva ao principal embate dialogal entre os cardeais. A trilha sonora também é um destaque para o que o está em tela, e as ações de Berger com a câmera dão outras camadas para o que é apresentado ao público.

No fim, Conclave questiona sobre ambições ao poder em uma das instituições mais antigas da humanidade. Além de expor esse lado pouco conhecido, mergulhamos em um cenário de incertezas que deve ser abraçado para que o futuro aconteça. Rumores fazem parte do enredo para conduzir todas as intrigas, e incitar e elevar ânimos em um ambiente controlado e cheio de problemáticas a serem resolvidas. Um belíssimo e intrigante retrato sobre um momento delicado dentro da religião e da própria cultura estabelecida – e difícil de modificar.

Conclave estreia em 23 de janeiro nos cinemas brasileiros.

Nota:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sair da versão mobile