Críticas | Casamentos Cruzados

“Casamentos Cruzados” estreia em 30 de janeiro no catálogo do Prime Video.

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Reese Witherspoon e Will Ferrell são os protagonistas do filme. (Foto: Reprodução)

Existem algumas “falácias” dentro da bolha cinéfila. Entre elas, a que não se fazem mais boas comédias, sempre mencionando clássicos do final do século XX e, que por vezes, não foram sucessos logo de cara. Assim, se cria uma expectativa demasiadas em torno de alguns projetos, principalmente se tratando com alguns atores consagrados, que são identificáveis com o gênero.

Isso, em si, não é um problema. Mas apostar tudo em alguns filmes, na esperança em “ressuscitar” um gênero que não está enterrado, que continua a trazer projetos bons, faz com que o sarrafo seja alto por própria imposição do público – e não da equipe criativa ou técnica.

O Prime Video, assim como outras plataformas de streaming, tenta trazer uma variedade de produções para agradar um público ferrenho. Seu próximo lançamento não é exatamente desafiador, ou inovador, mas sabe quais são seus pontos fortes para fazer dele, ao menos, agradável para quem quiser assisti-lo.

Em Casamentos Cruzados (You’re Cordially Invited, no título original), acompanhamos a história de um pai viúvo (vivido por Will Ferrell) que descobre que o local do casamento da filha (Geraldine Viswanathan) acabou com reserva dupla para outro casamento, planejado por Margot (Reese Witherspoon) para a irmã mais nova (Meredith Hagner).

O filme tem como um tema central a codependência dos personagens centrais. Enquanto Jim, o pai, se apega demais a sua única filha após o falecimento da esposa e, por consequência, faz com que Jenni também se coloque em situações que alimente o comportamento, Margot se agarra em memórias com a avó na ilha e como sempre esteve junto à Neve, mesmo se sentindo deslocada da própria família.

A criação de situações são feitas para, em muitos momentos, a comédia corporal de Ferrell se destacar. O ator sempre se entrega nessas cenas, incluindo momentos com animais e se jogar na água. Witherspoon, por outro lado, é mais comedida, mas ao se juntar com os outros irmãos de sua personagem (vividos por Leanne Morgan e Rory Scovel),

Escrito e dirigido por Nicholas Stoller (Platonic; Dora e a Cidade Perdida; Amigos da Faculdade), o longa-metragem se apega a codependência de seus protagonistas para caminhar narrativamente. Durante os 108 minutos de duração, poucas são as vezes que Margot e Jim não se atravessam por má-comunicação e a necessidade de proteger os seus. Mesmo em momentos de trégua, algo dá errado para que sentimentos considerados negativos sejam o incitante da próxima situação.

Até mesmo na questão romântica fica pouco atravessada. São três “casais” com suas próprias dinâmicas e problemas a serem resolvidos. Entretanto, a maneira com a qual Margot e Jim se mostram “interessados” é corrida, quase que um pensamento posterior ao que já está em tela. O primeiro interesse existe, mas até que ponto é comprável para o público em um único fim de semana, quando se tenta vender um “inimigos-para-amantes” que demora a ser mostrado?

No fim, Casamentos Cruzados entretêm por ser uma comédia corporal, com momentos inusitados para questionar a sanidade de Stoller ao escrever tais momentos. Witherspoon e Ferrell sempre serão destaques, sempre elevando qualquer projeto por serem magnéticos em cada cena. O elenco de apoio também entrega e mostra comprometimento com as loucuras impostas.

Casamentos Cruzados estreia em 30 de janeiro no catálogo do Prime Video.

Nota:
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