Entre Fatos | O que é verdade – e o que é ficção – em ‘Os Quatro da Candelária’

A minissérie “Os Quatro da Candelária” estreou em 30 de outubro no catálogo da Netflix.

Foto: Reprodução

A minissérie Os Quatro da Candelária estreou na quarta-feira, 30 de outubro, no catálogo da Netflix. Criada por Luis Lomenha, o projeto é uma ficção inspirada nos acontecimentos que antecedem a noite de 23 de julho de 1993 na escadaria da Igreja da Candelária, na região central do Rio de Janeiro.

Veja o que é real – e o que é ficção – da minissérie.

Ficção – Os Quatro da Candelária

A minissérie é focada nas 36 horas antes da chacina, através dos olhares de quatro crianças e adolescentes. O seriado tem quatro episódios, cada um seguindo um dos protagonistas e seus sonhos.

Douglas (Samuel Silva) – com um histórico de vício, ele era acolhido por Paulo (Leandro Firmino), vendedor de vinis. A morte de Paulo é o catalisador para a busca dele em conseguir dinheiro para dar um enterro digno ao homem que tentou ajudá-lo.

Sete (Patrick Congo) – celebrando seu aniversário de 18 anos, vindo de um lar abusivo, Sete busca sair das ruas e entrar para a Marinha, levando Pipoca junto, e ir até Florianópolis. Para isso, chantageia e rouba Jorge (Bruno Gagliasso), dono de loja e casado, que possui caso amoroso com Sete.

Pipoca (Wendy Queiroz) – a menor de todos, ela busca reencontrar a mãe que a deixou no orfanato anos antes. Com o casamento televisionado de Luna (Maria Bopp), ela tenta aparecer na TV para que a mãe veja e a busque.

Jesus (Andrei Marques) – o garoto possui uma ligação especial com a Igreja, e uma paixão por Jéssica (Maria Ibraim).

Real – Chacina, vítimas e julgamentos

Pouco antes da meia-noite da noite de 23 de julho de 1993, um Táxi e um Chevette (com as placas cobertas) pararam em frente à Igreja e, em seguida, atiraram contra as mais de 70 crianças e adolescentes que dormiam na escadaria. Vitimaram oito pessoas:

  • Paulo Roberto de Oliveira (11 anos)
  • Anderson de Oliveira Pereira (13 anos)
  • Marcelo Cândido de Jesus (14 anos)
  • Valdevino Miguel de Almeida (14 anos)
  • “Gambazinho” (17 anos)
  • Leandro Santos da Conceição (17 anos)
  • Paulo José da Silva (18 anos)
  • Marcos Antônio Alves da Silva (19 anos)

Durante as investigações, descobriu que os autores dos disparos eram milicianos que utilizavam a praça em torno da igreja como ponto de venda de drogas.

Posterioridade

Estudos realizados ligados à organização Anistia Internacional, mais de 40 pessoas que dormiam nas ruas da região morreram de forma violenta – a maioria negros e pobres.

No total, sete pessoas foram indiciadas. Três homens foram inocentados no processo e um ainda não foi julgado pela chacina. Os outros três, um deles ex-policia militar, foram condenados com penas entre 45 e 300 anos, estão em liberdade beneficiados por indultos, ou em liberdade condicional.


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