Críticas | O Aprendiz

“O Aprendiz” estreia em 17 de outubro nos cinemas brasileiros.

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Sebastian Stan interpreta Donald Trump no filme. (Foto: Reprodução)

Estudar sobre pessoas prolíficas, mesmo aquelas desagradáveis, é uma maneira de investigar sobre origens. Afinal, seres humanos são complexos e, muitas vezes, precisam de empurrões para mostrar a verdadeira face.

O Aprendiz tenta examinar o início da trajetória de Donald Trump (vivido por Sebastian Stan no filme) no setor imobiliário, entre 1970 e 1980, na cidade de Nova Iorque – e seu relacionamento com o advogado Roy Cohn (interpretado por Jeremy Strong), que atua como mentor de Trump nessa busca por poder e de afirmações pessoais.

Ao longo dos 123 minutos, é mostrado como Cohn era cruel, utilizando a chantagem emocional – e financeira – para conseguir vencer alguns processos e batalhas de clientes (como isenção milionária de impostos para construção da Trump Tower e Hyatt). Em diversos momentos do filme, os discursos ainda refletem o que estadunidenses acreditam em relação ao cenário mundial, incluindo sacaneando a possibilidade de Trump entrar para política, o que coloca em perspectiva alguns momentos explorados no roteiro de Gabriel Sherman. Entre essas situações, o embate que Trump travou com o prefeito da cidade por ele não querer abater impostos e ele ficar bravo que alguém recusou um pedido.

O longa-metragem mostra a fragilidade de Trump, como seu ego é facilmente dilacerado por qualquer questionamento. Seu relacionamento com Ivana (Maria Bakalova) se deteriora por sua culpa, assim como se aproveita da saúde fragilizada do pai em certo momento para driblar um problema que arrumou. Stan consegue mostrar essa transformação na tela, e Strong se impõe no início do relacionamento – e amizade – entre os dois personagens, além de sua saúde em decadência em decorrência do vírus HIV (que negou até sua morte).

Ali Abbasi brinca com a década em que o filme é ambientado. O seu estilo é proeminente durante todo o longa-metragem, e ajuda a contar a história – já que Nova Iorque é quase uma terceira protagonista. É nesse cenário caótico que tudo se desenrola, na tentativa de mostrar seu poder em mármores, gastanças e se mostrar “macho” nas traições.

Assim, O Aprendiz é uma exploração do que Donald Trump sempre foi – apenas controlado antes de ser aprovado por Cohn. O filme de Abbasi mostra como Trump nunca foi alguém que quis seguir regras, pagar suas dívidas, e apenas buscou uma forma de amaciar ego, durante toda a sua trajetória, incluindo induzir a esposa em situações desagradáveis para que ele seja o centro da narrativa que deseja e pegar, para si, as regras que Cohn o “ensinou”.

O Aprendiz estreia em 17 de outubro nos cinemas brasileiros.

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