Críticas | Twisters
“Twisters” estreia em 11 de julho nos cinemas brasileiros.
Longas-metragens de desastres possuem classificações próprias dentro do gênero. De acordo com a taxonomia, o estilo, subgênero no gênero de ação, tem como assunto principal o desastre, geralmente com uma construção até o momento de total devastação e trazendo a conclusão e consequências desse momento. Com um pico na década de 1970, o gênero chegou já em 1901, com o longa-metragem “Fire!”, por James Williamson, como um dos primeiros registros, e o primeiro King Kong, de 1933, também pode ser considerado parte desse gênero.
Um desses filmes que se tornaram clássicos envolvendo desastres, foi Twister. Lançado em 1996, o longa-metragem dirigido por Michael Crichton é centrado em um grupo de caçadores de tempestades amadores tentando implantar um dispositivo de pesquisa para entender melhor sobre tornados durante a temporada em Oklahoma.
Quase trinta anos após o lançamento de Twister, a sequência Twisters tenta ser algo próprio mesmo ambientado no mesmo estado – um dos lugares mais afetados pelo fenômeno. Desta vez, temos Kate (Daisy Edgar-Jones) como personagem central. Após um encontro devastador com um tornado, acaba retornando para o mundo de caçadores de tempestades depois de um amigo pedir sua ajuda para testar um dispositivo que podem revolucionar como o cenário meteorológico entende sobre tornados.
Ao cruzar o caminho de Tyler Owens (Glen Powell), uma superestrela dentro da comunidade de caçadores, Kate acaba em uma competição envolvendo a própria moral quando conexões envolvendo um desenvolvedor de terras entra na jogada.
Longe de ser tão inovador quanto o filme de 1996, o longa-metragem busca trazer um diálogo sobre a sociedade atual, com personagens que mostram a busca pela emoção, da vivência pelo limite para monetização. Edgar-Jones e Powell são hipnotizantes em cena, explorando uma dinâmica eficaz durante os 122 minutos de duração do filme.
A direção de Lee Isaac Chung, baseado no roteiro de Mark L. Smith e história de Joseph Kosinski, é fascinante em alguns aspectos, mostrando mudanças na direção do vento em campos de trigo, por exemplo, são indicativos para essa temporada de devastação no estado estadunidense. Didático, o filme explica termos meteorológicos para a audiência leiga, e também mostra como o clima conta suas mudanças em detalhes quase imperceptíveis para quem não possui um conhecimento.
O filme sabe se sustentar como uma sequência ou até mesmo algo solitário entre os blockbusters. O universo criado consegue ser um terreno espetacular para essa nova geração, com efeitos de tirar o fôlego e uma trilha sonora country deliciosa de se ouvir. A história consegue criar reviravoltas competentes para o protagonismo de Edgar-Jones e a construção da química com Powell, como mostrar a paixão de Kate pelo tema para além da corrida pelo limite, da emoção de estar no meio da tempestade.
Assim, Twisters não imprime a revolução que seu antecessor trouxe para as telas, trazendo alguns dos efeitos mais bonitos deste ano. O filme consegue prender a atenção do espectador em seus momentos de tensão, enquanto também explora o capitalismo em duas vertentes diferentes: a instantaneidade das mídias sociais e do lucro em cima de tragédias. Como outros longas-metragens recentes do gênero, deseja ser um alerta sobre como as mudanças climáticas afetam o fenômeno – e como fazem pouco para realmente ajudarem as vítimas dessa destruição nessa exploração de sistema capitalista.
Twisters estreia em 11 de julho nos cinemas brasileiros.
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