Críticas | Como Vender a Lua
“Como Vender a Lua” estreia em 11 de julho nos cinemas brasileiros.
É interessante notar a paixão da Apple por produções sobre a corrida espacial ou o espaço em si. Em seu catálogo, temos séries como For All Mankind (história alternativa sobre a busca dos norte-americanos em chegar a lua antes dos soviéticos), Invasion e a recém-cancelada Constellation. O tema se tornou até matéria pela Variety semanas atrás, e mostra que são apenas alguns dos muitos enredos envolvendo espaço.
Assim, não é tão estranho pensar que Como Vender a Lua chegará em breve à plataforma de streaming. Produzido pela Columbia Pictures, o filme traz à tona a paixão do estadunidense pela Nasa, pela exploração espacial, através de uma história fictícia, envolta de teorias e, também, histórias parcialmente (ou quase nada) verdadeiras.
Como Vender a Lua (Fly me to the Moon, no título em inglês) é centrado na profissional do marketing Kelly Jones (Scarlett Johansson) e Cole Davis (Channing Tatum), diretor de operações da Nasa, durante a corrida espacial entre os soviéticos e os Estados Unidos na década de 1960.
Dirigido por Greg Berlanti e escrito por Rose Gilroy (baseada em história de Bill Kirstein e Keenan Flynn), o filme tenta explorar a magnitude do momento que o país norte-americano enfrentava naquela época. O assassinato de John F. Kennedy e o sonho do então presidente em ver os EUA triunfar em relação aos soviéticos em chegar a Lua, e a guerra no Vietnã, mexeram com os ânimos dos cidadãos. Além disso, após a morte dos astronautas da missão Apollo 1, o financiamento do programa espacial se esvaiu e o público não confiava mais na proposta da organização.
Entretanto, o longa-metragem não sabe exatamente qual gênero deseja explorar. Busca um estilo de comédia romântica, mas não consegue vender o casal principal, enquanto mergulha em pontos menores para mostrar o momento norte-americano. Falta uma química potente entre Johansson e Tatum, com os protagonistas claramente atraídos um pelo outro, mas em uma situação parecida com enemies-to-lovers dentro dos corredores da Nasa.
É evidente, também, que o filme se beneficiaria de uma duração mais ágil. Com 132 minutos de duração, o longa-metragem perde oportunidades de acelerar arcos e mostrar a eficiência de Kelly Jones em seu trabalho. Mesmo trazendo manchetes reais e a transmissão televisiva verdadeira, o filme se deixa levar pelo emocional raso.
No fim, Como Vender a Lua deve se conectar com estadunidenses e sua busca por sempre mostrar que venceram uma corrida que eles mesmos criaram. Por mais talentosos que Johansson e Tatum sejam, a química inexistente entre eles não consegue vender o longa-metragem, enquanto Berlanti tenta se desvencilhar de um gênero mais adolescente em algo considerado mais adulto – sem momentos memoráveis.
Como Vender a Lua estreia em 11 de julho nos cinemas brasileiros.
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