Críticas | Doctor Who – 1ª temporada
“Doctor Who” está disponível no catálogo do Disney+.
Após 60 anos, entre exibições, pausas e retornos, Doctor Who está em uma nova fase. Com o acordo entre BBC e Disney, que leva a série de ficção científica diretamente para o Disney+ simultaneamente com o Reino Unido, a produção ganha novos ares e novos fãs que desconhecem a história da saga do Senhor do Tempo de Gallifrey.
O retorno de Russell T. Davies ao posto de showrunner também traz o sentimento de nostalgia nos fãs que acompanham ativamente o revival de 2005 da série. Desde os especiais com David Tennant e Catherine Tate em 2023, e o primeiro capítulo da saga protagonizada por Ncuti Gatwa e Millie Gibson, no natal, Davies começa a reescrever a história da série para homenagear a série longeva.
Gatwa e Gibson possuem uma química incrível em tela nesse segundo revival. Com oito capítulos importantes, que constroem o arco envolvendo Ruby Sunday e, também, algo mais tenebroso, Davies semeou momentos que apelam à audiência. As aparições de Susan Triad (Susan Twist), e como cada uma delas estão inseridas no contexto dos capítulos (ambulâncias, quadros e até robôs), fazem a história ser imersiva e digna de investigações.
Neste nono capítulo, intitulado de “Empire of Death” (“Império da Morte“, no título traduzido), vemos a nova camada do Doctor novamente ganha espaço. Se suas versões anteriores não saberiam lidar com as frustrações, essa versão se permite ser mais vulnerável após a divisão. Sutekh é um dos vilões mais icônicos da primeira versão de Doctor Who, e seu retorno, com imagens antigas, a presença de Mel (Bonnie Langford) e a TARDIS mais rústica, mostra uma reverência ao que já passou pela série.
A simplicidade da história de Ruby, sobre quem ela é, pode ser motivo de discórdia. Porém, como o próprio Doctor diz, as memórias são poderosas, e o apego a elas se tornam motor para essa resolução que termina de forma melancólica – e que deverá ser explicada no especial de natal deste ano. Saber que Ruby retorna, e Varada Sethu também será companheira de viagens do Doctor na próxima temporada, ajuda a criar possíveis teorias sobre o que acontecerá nesse capítulo anual.
Didáticos, os episódios conseguiram explicar facilmente essas seis décadas. São em diálogos que destrincham a história, enquanto homenageia o que já passou. Ao utilizar a Ruby como a questionadora, os roteiristas liderados por Davies a coloca como a personificação da audiência – e acerta em mostrar que é necessário minuciar os acontecimentos.
Assim, essa “primeira” temporada de Doctor Who se destacou pelas homenagens narrativas – e uma reinvenção completa. Da aparição do Artesão Celestial (Neil Patrick Harris), passando por Maestro (Jinkx Monsoon) e Rogue (Jonathan Groff), esses nove episódios com Gatwa são parte da essência dos 60 anos da série, sem precisar se apegar a vilões como Daleks e Cyberman para haver as conexões.
Doctor Who está disponível no catálogo do Disney+.
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