Críticas | Clube dos Vândalos

“Clube dos Vândalos” estreia em 20 de junho nos cinemas brasileiros.

Foto: Reprodução

Retratar a história é algo complexo, principalmente ao tentar contar através de fotos. A curadoria é quase um momento complicado, precisando escolher o que será mostrado e divulgado para o público geral que desconhece os acontecimentos.

Inspirado nas fotos que Danny Luon tirou entre 1965 e 1973 dos Vândalos de Chicago, Clube dos Vândalos é centrado nas vidas de alguns membros, e como, aos poucos, se tornou uma gangue nos EUA. Lyon imergiu dentro do grupo, viajando quatro anos com eles e gravando o máximo que podia envolvendo os membros.

Através das entrevistas de Kathy (Jodie Comer) para Danny (Mike Faist), o filme explora os envolvimentos pessoais dos membros. O relacionamento entre Kathy e Benny (Austin Butler) é o principal destaque, com Johnny (Tom Hardy) sendo outra figura importante nessa história como o fundador do clube após assistir a um longa-metragem estrelado por Marlon Brando.

Os quatro atores são a âncora do longa-metragem. Comer é magnética em cena, enquanto o relacionamento parental entre Benny e Johnny é explorado e uma espécie de triângulo é formado, testando lealdades. Os outros membros do clube também ganham personalidade e, juntos, se tornam uma máquina bem utilizada.

Durante os 116 minutos do filme, vemos toda a transição do grupo: de reuniões em bares, passeios e piqueniques, até o final trágico que acometeu o sonho de Johnny. As relações mudam, se transformam conforme tensões crescem e ganham notoriedade ao redor dos Estados Unidos. A direção de Jeff Nichols é aguda, uma exuberância na fotografia que captura o estilo das décadas que retrata em tela.

Mesmo com cenas violentas, e não somente aquelas que mostram sangue espalhado, o filme não deixa de apontar narrativas que conversam com a atualidade. Nichols é capaz de evocar os eventos mais próximos do real, mesmo que sejam versões fictícias daqueles que participaram ativamente do clube.

Assim, Clube dos Vândalos é um filme que mergulha em uma história que testa lealdades e pertencimento. Sob a narrativa de Kathy, direcionada pelas perguntas de Lyon, ganhamos um olhar que consegue compreender como a ascensão e a queda do grupo ocorreu, forjando os relacionamentos e as disputas internas. Nichols retorna com um projeto significativo, que demorou duas décadas para ser realizado, e que destaca os elos para além de um clube de motoqueiros.

Clube dos Vândalos estreia em 20 de junho nos cinemas brasileiros.

Nota:


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