Críticas | Furiosa: Uma Saga Mad Max

“Furiosa: Uma Saga Mad Max” estreia em 23 de maio nos cinemas brasileiros.

Anya Taylor-Joy é a protagonista do filme. (Foto: Reprodução)

Ápices de franquias podem acontecer em pontos diferentes de sua trajetória, muitas vezes pontuados em reinícios ou redescobrimento neste momento de inserção das mídias sociais. Tivemos isso com Star Wars, Star Trek e em ainda estamos caminhando para A Casa do Dragão e outras produções cujo fandom é fortemente mutável. E, quando acrescentam personagens secundários que se destacam, é normal pensarem em novas camadas para trazer dimensão a elas – e expandir o universo.

Quase 10 anos desde o lançamento de Mad Max: Estrada da Fúria (2015), George Miller retorna aos cenários distópicos pós-apocalípticos da franquia iniciada na década de 1970. Desta vez, novas camadas são apresentadas por uma personagem que conquistou novos e velhos fãs de seus filmes ambientados no deserto.

Furiosa: Uma Saga Mad Max é centrado na história da personagem vivida por Charlize Theron em Mad Max: Estrada da Fúria. Raptada quando criança pela horda de motoqueiros liderada por Dementus (Chris Hemsworth) do Vale Verde de Todas as Mães, Furiosa (Anya Taylor-Joy) passa por provações na tentativa de retornar para casa. Contada ao longo de quinze anos, a história mostrar a guerra entre dois tiranos pelo controle da Cidadela e a sobrevivência da protagonista durante esse período.

Taylor-Joy possui poucas falas durante os 148 minutos, realizando sua interpretação através das expressões faciais e corporais. Nesse momento da vida da personagem, ela ainda está desenvolvendo o que conhecemos primeiro na atuação de Theron, e suas camadas são moldadas através do sentido de sobrevivência.

Hemsworth mostra que consegue ser um vilão com notas cômicas, e Tom Burke se torna um aliado interessante como Pretoriano Jack para a protagonista. Algumas interações dentro da Cidadela, como os garotos jogados na guerra, ou o instinto das mulheres em se protegerem naquele momento, acrescenta a mitologia.

Miller retorna como diretor da franquia, trazendo sua narrativa épica do deserto a novas proporções e uma beleza sóbria debaixo do sol escaldante. A fotografia simétrica é estonteante para admiradores e o deserto australiano se torna aquele personagem fascinante conforme a narrativa se desenvolve.

Entretanto, o longa-metragem por vezes chega a ser uma saga interminável. Acredito que, na ânsia de contar a história de sobrevivência, de perseverança e vingança de Furiosa, o dinamismo do enredo acaba passando por flutuações que não ajudam totalmente a narrativa.

Assim, Furiosa: Uma Saga Mad Max é um aprofundamento da personagem, mesmo que não seja algo totalmente necessário para a mitologia. Mesmo com a narrativa cansativa, que perde o dinamismo quando tenta ter o momento respirável para personagens, o filme busca trazer comentários políticos sociais que conversam com a atualidade – e como facilmente entramos em caminhos de guerras por egos e controle.

Furiosa: Uma Saga Mad Max estreia em 23 de maio nos cinemas brasileiros.

Nota:


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