Críticas | Ripley

Inspirada na obra de Patricia Highsmith, “Ripley” estreou hoje, 4 de abril, no catálogo da Netflix.

Ripley Críticas
Andrew Scott é o protagonista da série limitada. (Foto: Divulgação)

Somos atraídos facilmente por histórias intrigantes, com personagens com morais questionáveis e situações que desafiem a audiência. Geralmente, essas narrativas necessitam de um roteiro forte, aguçado, que conduz o enredo de maneira que não descarte a inteligência do público.

Anunciada pelo Showtime em 2019, Ripley é inspirada no primeiro livro escrito por Patricia Highsmith sobre o personagem (e que ganhou adaptação nos cinemas em 1999, com Matt Damon no papel principal). Ambientada na década de 1960, a minissérie é centrado na história de um homem contratado por um industrialista rico para trazer seu filho que está na Itália de volta à Nova Iorque. Entretanto, logo Thomas Ripley se depara com um estilo de vida que desconhecia, e acaba em uma narrativa complexa de fraude, mentiras e assassinatos.

Criada, escrita e dirigida por Steven Zaillian, a minissérie composta por oito episódios mostra cada passo do protagonista, como sua obsessão se desenvolve e como tenta se manter em alerta sobre os acontecimentos para não ser pego pelos seus crimes. 

Andrew Scott interpreta o protagonista. Sua interpretação meticulosa, envolvente como o criminoso charmoso, lembrando sua atuação como Moriarty durante Sherlock (2010-2017). Aos poucos percebemos como sua obsessão de desenvolve, em como acrescenta cada crime a uma longa lista e, principalmente, como tenta se manter um passo adiante de toda investigação. O fato da personagem não ter arco de redenção é uma atração adicional, com uma

Johnny Flynn e Dakota Fanning também estão no elenco. Flynn interpreta um Richard Greenleaf charmoso, que assombra Ripley de diversas maneiras. Fanning vive Marge Sherwood, namorada de Richard e em busca de se estabelecer como autora. Ambos desconfiam das ações de Ripley e das razões pelas quais o levaram até a Itália, e são consistentes durante o enredo desenvolvido.

Zaillian acerta em trazer todo o enredo em preto e branco desde seu início. A fotografia dos cenários italianos completam a história, e se tornando personagem durante os oito capítulos. O roteiro é afiado, com embates em tela que são eletrizantes.

Assim, Ripley é uma série limitada que explora o quão longe um indivíduo é capaz de ir para conquistar o exuberante estilo de vida que deseja. Scott cativa com uma personagem que não mede esses esforços na execução de seus crimes, em trocas de diálogos que são aguçados e hipnotizantes através do desenvolvimento do enredo.

Ripley estreou hoje, 4 de abril, no catálogo da Netflix.

Nota:

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