Críticas | Argylle – O Superespião
“Argylle – O Superespião” estreia em 1º de fevereiro nos cinemas brasileiros.
Trabalhos tie-in, obras de ficção baseadas em outros projetos, são comuns para amarrar diferentes mídias, fazendo, assim, interconexões para explicar um único universo. Atualmente, a facilidade de trazer esse tipo de projeto, mesclando suas distribuições e expandindo sua mitologia, faz com que alguns gêneros busquem isso dentro de suas obras.
Enigmático, a premissa de Argylle – O Superespião trouxe esse tipo de questionamento. O desenvolvimento do filme começou em junho 2021, com Matthew Vaughn (diretor da franquia Kingsmen) assumindo a direção e Jason Fuchs como roteirista do que foi noticiado como adaptação de um livro, escrito pela misteriosa Elly Conway. Entretanto, o lançamento do primeiro trailer trouxe uma série de outras perguntas – e é possível respondê-las conforme passamos pelos 139 minutos de filme.
Argylle – O Superespião segue a autora de thrillers de espionagem introvertida, Elly (Bryce Dallas Howard), que, durante uma busca por inspiração para a conclusão de um novo livro, acaba em uma rede de conspiração e espionagem real, descobrindo que as aventuras de seu protagonista não são tão fictícias quanto pensava.
Vaughn não dispensa o uso das cenas de ação e lutas corporais, com o roteiro de Fuchs quase não dando respiro para o espectador apreciar suas viradas. O texto quase não permite que o público ganhe uma chance de realizar a própria investigação, com momentos que se atropelam para serem importantes e significativos na narrativa – muitas vezes quase se anulando nesse aspecto.
O uso de música disco, números coreografados e momentos de flashbacks para justificativas de enredo, é preciso abraçar o absurdo, o caótico para mergulhar nesse novo universo de espionagem. Desde cenas dentro de trens em movimento, fumaças coloridas, homenagens à patinação artística e ensinamentos sobre o corpo humano, o longa-metragem reconhece que ganha muito ao ser despretensioso nesses momentos.
Um elenco formado por nomes como Henry Cavill, Sam Rockwell, Ariana DeBose, Bryan Cranston, Catherine O’Hara, Samuel L. Jackson, Richard E. Grant e Sofia Boutella fazem das personagens uma mescla de canastrões e alter egos, funcionando perfeitamente dentro da imprevisibilidade do que é esperado com tantas viradas, além de aval do que Vaugh realizou em Kingsmen como base. Porém, os momentos chegam a ser cansativos e outras informações aparecendo, não sendo exploradas ou retomadas.
Assim, Argylle – O Superespião precisa ser assistido com total descrença conforme o enredo se desenrola. As atuações exageradas e as inúmeras viradas, fazem do filme um entretenimento à parte para o gênero de thriller de espionagem e comédia, com toques românticos. O fato de estarem planejando trilogia, com cena durante os créditos que confirma os próximos passos, alimenta o público que aprecia franquias – mesmo que, muitas vezes, se tornam cansativas. Pelo menos, fico na curiosidade de ler o livro lançado recentemente, apenas para apaziguar minha curiosidade e preparar a expectativa sobre o que Vaughn estará realizando.
Argylle – O Superespião estreia em 1º de fevereiro nos cinemas brasileiros.
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