Críticas | Wonka
“Wonka” estreia em 7 de dezembro nos cinemas brasileiros.
As histórias de Roald Dahl são constantemente reimaginadas em diferentes versões. Sejas seus poemas, histórias curtas ou livros, suas personagens crescem no imaginário popular e ganham novas versões no audiovisual e outras mídias constantemente. Somente nos últimos anos, somos capazes de falar sobre a versão musical de Matilda (inspirada na peça da Broadway de mesmo nome); os curtas-metragens dirigidos por Wes Anderson lançados na Netflix; e Convenção das Bruxas, de 2020;
Agora, somos apresentados a uma nova maneira de revisitar o trabalho de Dahl.
Wonka, dirigido por Paul King, é centrado em eventos anteriores de A Fantástica Fábrica de Chocolate (a versão de 1971, estrelada por Gene Wilder; esqueça completamente o que Tim Burton apresentou em 2005). Willy (vivido por Timothée Chalamet) é um jovem cozinheiro que, após sete anos desbravando os mares em tripulação, decide se aventurar para conquistar seu lugar na aclamada Galeria Gourmet – apresentando chocolates que vão além de serem deliciosos.
Com cenas dignas de qualquer musical – recheado de dança e cores -, Wonka é um exemplo belíssimo de uma confecção dedicada, capaz de amolecer corações que não tenham uma conexão com a personagem e sua excentricidade. Chalamet encanta como o jovem chocolateiro, mesmo que talvez não tenha o carisma que Willy Wonka sempre exala em suas personificações. E a belíssima ligação com a jovem Noodle (Calah Lane) e aqueles que o ajudam ao longo do caminho, conquistam durante os 117 minutos de duração.
O quesito musical é sagaz, certeiro ao apresentar o enredo que promete trazer a essência do trabalho de Dahl em tela. E talvez seja a “pura fantasia” que embala bons momentos do longa-metragem (até mesmo na introdução do Umpa-Lumpa vivido por Hugh Grant), mas existe um ambiente propício para abraçar o fantástico em construção do que vir na história de Wonka.
Mergulhar nesse universo fantasioso de Dahl e da Fantástica Fábrica de Chocolate não é difícil. É fácil agarrar no que iremos presenciar na versão de 1971, até mesmo em versões do palco ou na continuação do livro. A história escrita por King e Simon Farnaby é construída de maneira que lembre outras obras de Dahl, com caracterizações semelhantes em várias personagens – e talvez erros em piadas que perdem o sabor após a primeira menção.
No fim, Wonka é uma surpresa agradável em 2023, algo com potencial para se tornar um filme conforto para um público que está com saudades de produções semelhantes. Músicas cativantes, coreografias estonteantes e cores que abrilhantam o longa-metragem, King dirige algo encantador e que atraí o melhor do criado por Dahl em seus anos como criador de histórias.
Wonka estreia em 7 de dezembro nos cinemas brasileiros.
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