Críticas | Wish: O Poder dos Desejos
“Wish: O Poder dos Desejos” estreia em 4 de janeiro nos cinemas brasileiros.
Celebrar 100 anos de história de um estúdio, é uma das tarefas mais difíceis para um filme. Ser o escolhido para isso, e que mostre uma reverência para como tudo começou, é um desafio ainda maior.
Ao selecionar Wish: O Poder dos Desejos para a tarefa, a Disney se mostra determinada a celebrar suas narrativas e sua trajetória nos cinemas. Com elementos de diferentes histórias do estúdio, e um mergulho em uma aventura sobre realizações, o estúdio busca, também, mudar algumas percepções sobre como lida com protagonismos.
Wish: O Poder dos Desejos é o filme animado escolhido para celebrar os 100 anos da Disney. Ambientado em Rosas (um lugar no meio do Mar Mediterrâneo), o longa-metragem é centrado em Asha, jovem que poderá trabalhar como assistente do Rei Magnífico, que fundou o Reino e treinou para ser um feiticeiro exemplar. Magnífico é capaz de realizar os desejos daqueles que vivem em Rosas, e Asha descobre que ele decide quais tipos de desejos serão concedidos de maneira arbitrária, fazendo com que muitos (que, quando completam 18 anos entregam seus desejos a Magnífico, e esquecem o que desejaram em seguida) nunca tenha seus desejos realizados – por mais simples que sejam.
Longe de ser algo espetacular, o filme animado deseja mostrar a corrupção do poder, em como isso afeta relacionamentos e imaginários. O estilo da animação, as referências aos clássicos como Branca de Neve e os Sete Anões (1937), Bela Adormecida (1959) e Bambi (1942), o longa-metragem explora esses elementos que quase passam despercebidos por espectadores distraídos.
As sete canções originais são interessantes, com duas delas com potencial de gravar na cabeça (“Bem-Vindo a Rosas” e “Você É uma Estrela”), e bem estabelecidas dentro da narrativa proposta. Aliás, é importante notar a presença rápida de Alcione, Dih Ferreiro, Xande de Pilares e Solange Almeida em uma das canções, e Evelyn Castro também em participação especial em uma cena importante do enredo.
O vilão, Rei Magnífico, possui uma aura interessante para competir com outros antagonistas mágicos, com a decisão sobre os desejos em suas mãos – e o fato de fazer todos aqueles que lhe entregam os pedidos, esquecerem o que queriam – algo poderoso de troca. Sua esposa, porém, é um agrado dentro do enredo, que cresce conforme a história progride. Asha, a protagonista, é destemida, familiar, com todos os traços de personalidade de heroínas atuais e assemelham, também, outras protagonistas da Disney.
O roteiro de Jennifer Lee (Frozen: Uma Aventura Congelante) e Alisson Moore é de rápido entendimento, e os 95 minutos de duração são recheados de aventura para quem assistir ao filme. O estilo de animação é realmente belíssimo, com traços que mesclam o 2D e 3D. O destaque, porém, será Valentino (dublado por Marcelo Adnet no Brasil) e a Estrela, que rouba as cenas e será um objeto de desejo para muitos.
No fim, Wish: O Poder dos Desejos busca uma narrativa simples e contempla o que a Disney trouxe aos cinemas desde 1933. É importante reconhecer que não há problema em ser apenas algo agradável, que abrace como o consumo de produções audiovisuais acontecem atualmente com crianças. O filme busca essa conexão para celebrar os 100 anos do estúdio, e a protagonista destemida e um novo mundo mágico conseguem, pelo menos, intrigar aqueles que estejam de coração aberto para mergulhar nesses novos caminhos da Disney.
Wish: O Poder dos Desejos estreia em 4 de janeiro nos cinemas brasileiros.
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