Críticas | Napoelão
Dirigido por Ridley Scott, “Napoelão” estreia em 23 de novembro nos cinemas brasileiros.
Cinebiografias de figuras históricas são essenciais para buscar compreender ações e ambições, geralmente uma oportunidade para traçar paralelos com a contemporaneidade. Em 2023, tivesse o brilhante Oppenheimer, dirigido por Christopher Nolan, que mostrou um momento crítico do século XX e explora o egocentrismo de países na Segunda Guerra Mundial.
Porém, sabemos que nem sempre é possível reproduzir o feito de Nolan. Muitas vezes, acabamos assistindo recortes questionáveis sobre figuras que maltrataram o mundo por seus egos e busca pelo poder. E acredito que Napoleão é exatamente um desses casos.
Ridley Scott (conhecido por Gladiador, Blade Runner, Thelma e Louise, entre outros) retorna a cadeira de diretor com Napoleão, que retrata a ascensão e a queda do imperador francês entre o fim do século XVIII e início do século XIX. Protagonizado por Joaquin Phoenix, o filme promete uma imersão na trajetória do militar durante as guerras revolucionárias da França.
Apesar de tratar apenas seis das 81 batalhas lideradas por Napoleão, e priorizar o amor entre o imperador e Josefina, sua primeira esposa, o longa-metragem possui complicações em sua narrativa, cujo roteiro é escrito por David Scarpa. A melancolia de suas cores atiça a oportunidade de emoldurar melhor a história do Imperador e sua grande paixão, mas se perde em quase 160 minutos de duração.
Mesmo que Phoenix entregue uma ótima atuação, e Vanessa Kirby hipnotize como Josefina, a trama não decide se deseja ser um épico sobre o imperador ou retratar o relacionamento entre os dois. Além disso, deixa o espectador confuso sobre a verdadeira ambição de Napoleão e sobre sua personalidade conflitante – e que, muitas vezes, aparenta apenas aceitar o que é entregue por outros.
Entretanto, é importante pontuar as cenas de batalhas que não poupa em explosões e sangues, sem se esconder de momentos da revolução francesa lembrados constantemente na história. Com tantos figurantes na reprodução de Waterloo, enche os olhos daqueles que prezam pela praticidade de efeitos e uma coordenação absurda de tantas pessoas em um único set.
No fim, Napoleão é um confuso conto sobre o imperador francês, sem saber ao certo onde se encaixa. As cenas sanguinárias, que reproduzem batalhas ou momentos que mostram a força dos cidadãos franceses aos seus governantes, são impactantes sob o olhar aguçado de Scott. Parcialmente preciso historicamente, com franceses reclamando sobre a retratação da história, o filme busca ser muito maior do que realmente entrega em tela.
Napoleão estreia em 23 de novembro nos cinemas brasileiros.
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