Críticas | Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes
Inspirado no livro hômonimo de Suzanne Collins, “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” estreia em 15 de novembro nos cinemas brasileiros.
Como fã da franquia Jogos Vorazes, dos filmes e dos livros, sempre me intrigou alguns pontos da história criada por Suzanne Collins. A distopia adolescente/jovem adulto permitiu diferentes criações de cenários que tentam chegar o mais próximo possível do idealizado por Collins, buscando ao máximo entender o que levou a criação de Panem, e como os Jogos se tornaram o que Katniss presenciou.
Em 2020, Collins trouxe um novo capítulo para a história de Panem. Centrado no jovem Coriolanus Snow (vivido por Tom Blyth), cuja família já reinou no país, é um dos escolhidos para ser parte da primeira turma de mentores durante o 10º Jogos Vorazes. Ele é escolhido para ser mentor de Lucy Gray Baird (Rachel Zegler), o tributo feminino do Distrito 12, e ele precisa convencer Dra. Gaul (Viola Davis), a idealizadora dos Jogos, e o Reitor Highbottom (Peter Dinklage) que consegue fazer dela a vencedora.
Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes mostrar exatamente como Coriolanus se tornou o que conhecemos na franquia estrelada por Jennifer Lawrence. Se antes percebemos a cumplicidade com a prima, Tigris (Hunter Schafer), e o sentimento de proteção com a avó, e a amizade com Sejanus Plinth (Josh André Rivera) ao longo dos 160 minutos, vemos suas feições serem transformadas, no intuito de fazer parte da Capital e conquistar os objetivos idealizados na sua infância.
Já com Lucy Gray, como disse sua intérprete durante a premiere em Londres, é uma performer que precisa lutar para sobreviver. No palco, ela se torna uma estrela magnética, capaz de hipnotizar multidões – o que se torna sua grande arma durante os Jogos.
Percebemos que com a ajuda de Collins com o roteiro (escrito por Michael Lesslie e Michael Arndt), poucos (ou quase nenhum) momento é cortado das três partes, sacrificando às vezes o dinamismo para ser fiel a sua obra. Francis Lawrence tenta mergulhar ao máximo a audiência dentro da arena e no terço final do longa-metragem, e acerta ao trazer um cenário ainda caótico, em construção na Capital.
No fim, Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é o recomeço da franquia, um passo para explorar a espetacularização da miséria, da sobrevivência (e qualquer semelhança com eventos reais, é uma coincidência que poderá, enfim, levar aos questionamentos necessários). Além disso, é o conto de homem que desejou restaurar a honra familiar, através da ascensão social e da própria moral – mesmo que signifique machucar quem se importa com ele.
O filme dirigido por Lawrence é um deleite para fãs do livro, com uma imersão mais profunda no universo de Collins. Snow, Lucy Gray, Sejanus são apenas peões dentro de todo o esquema proposto por Gaul, sua loucura, além de todos na Academia e no que foi proposto por Highbottom e o pai de Coriolanus anos antes – determinante para percebemos que, A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é uma conversa sobre presas e predadores.
Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes estreia em 15 de novembro nos cinemas brasileiros.
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