Críticas | As Marvels
“As Marvels” estreia amanhã, 9 de novembro, nos cinemas brasileiros.
É de conhecimento popular a queda de aceitação dos projetos recentes da Marvel Studios. Se até Ultimato (2019) cada filmes era um acontecimento, celebrado de diversas maneiras, agora percebemos um público cansado de tantas conexões e planos mirabolantes. Entretanto, talvez agora seja o momento de respiro que o estúdio precisava para mostrar que ainda há espaço para explorar – e seguir algo episódico.
As Marvels, que está presente na Fase 5 da Marvel na TV e no cinema, possui ligações por trazer personagens introduzidas em suas produções lançadas diretamente no Disney+. Carol Danvers (Brie Larson) precisa aprender a trabalhar em equipe ao perceber que seus poderes estão conectados com Monica Rambeau (Teyonah Parris, que apareceu primeiro em WandaVisão) e com a jovem Kamala Khan (Iman Vellani, introduzida na série Ms. Marvel).
O trio é o que faz de As Marvels tão simbólico. O roteiro de Nia DaCosta (que também é a diretora do filme), Megan McDonnell e Elissa Krarasik consegue equilibrar cada uma das três protagonistas em cena, com um destaque especial para como Monica e Kamala lidam com Carol de formas diferentes. Enquanto uma mantém certa distância, lidando com o sentimento de abandono da “tia”, a jovem de Nova Jersey mal consegue conter seu lado fangirl ao encontrar sua ídola.
A vilã Dar-Benn (Zawe Ashton) possui aquela problemática constante de diversos antagonistas: intenções boas com soluções egoístas. Com um passado envolvendo Carol, podemos entender como os pensamentos dela são elaborados e a validação de seus sentimentos envolvendo a Capitão Marvel. E, assim como Thanos ou Maximus (de Inumanos), Dar-Benn se perpetua como alguém que busca uma adoração de seu povo e ser elevada ao posto de heroína – mesmo que acredite precisar destruir outras civilizações para restaurar o que chama de lar.
Com apenas 105 minutos de duração, o longa-metragem aposta em algo rápido, uma química entre protagonistas formidável e momentos de puro magnetismo por serem caóticas ou absurdas. DaCosta apresenta momentos coloridos, extraindo ao máximo das personagens, balanceando cada fase heroica de suas protagonistas.
As sequências de lutas, com a torca de lugares evidentes, mostram um esmero de DaCosta em destacar cada um desses poderes. Coreografias e uma edição muito bem executada, com ângulos diferenciados, mostram uma direção aprimorada e estudada, buscando demonstrar o poderio das três protagonistas e a eficácia do trabalho em conjunto.
Além disso, a cena pós-créditos mexe com qualquer expectador que esteja imerso há anos no que a Marvel produz (muito antes do universo cinematográfico) e podemos vislumbrar o futuro do estúdio mais uma vez – e, se tudo correr bem, liderado por alguém que exala uma energia promissora e extremamente carismática.
No fim, As Marvels celebra suas heroínas, se apoiando somente em algumas produções recentes da Marvel, sem precisar analisar outros projetos cujas ligações são desnecessárias para sua continuidade. Obviamente suas sequências vão mostrar caminhos para que essas personagens não se percam no espaço-tempo da própria ganância e ambição narrativa. Porém, há um espaço incrível para serem exploradas cada vez mais por aqueles que entendem, gostam e se aventuram para além do básico.
As Marvels estreia amanhã, 9 de novembro, nos cinemas brasileiros.
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