Críticas | After – Para Sempre

“After – Para Sempre” estreia hoje, 13 de setembro, nos cinemas brasileiros.

After - Para Sempre
“After – Para Sempre” é inspirado em livros de Anna Todd. (Foto: Reprodução)

Sabemos que obras voltadas para o público adolescente feminino é geralmente desvalorizado e amplamente criticado. Quando ainda colocamos fanfics no assunto, piora a situação e gostam de exemplificar como enredos são mal construídos – quando, na verdade, existem ótimas histórias dentro de plataformas.

Entretanto, existem, sim, aqueles que fazem desserviços para gênero – como qualquer outro projeto. A franquia After, inspirada nas obras escritas por Anna Todd, é uma dessas obras problemáticas por diferentes motivos, mas a principal talvez seja seu protagonista.

After – Para Sempre é ambientada meses depois da conclusão de After – Depois da Promessa (2022). Agora, Hardin (Hero Fiennes Tiffin) sofre pelo término com Tessa (Josephine Langford) e retoma o vício alcoólico. Na tentativa de se tornar um homem melhor, e com um prazo para entregar um novo manuscrito para sua editora, resolve ir até Lisboa, onde encontra Natalie (Mimi Keene, de Sex Education), ex-namorada, para conquistar não somente o perdão dela, mas também o de seu próprio passado.

Com 93 minutos de duração, o longa-metragem se desdobra para fazer Hardin se redimível. Para que uma personagem ganhe uma redenção, precisa ser carismático suficiente para aconteça algum senso de empatia. Entretanto, Hardin não tenta realmente melhorar por si, apenas para buscar um relacionamento que continuará a ser tóxico e problemático pela falta de comunicação entre eles.

A decisão – errada – de estender o número de filmes faz com que esse problema ganhe proporção para alguém fora do núcleo de fãs. Acompanhar a história de Hardin e Tessa não é prazeroso pelo romance, nem pelo crescimento dos protagonistas como indivíduos – se tornando extremamente cansativo. E Tiffin não sustenta o enredo sozinho, muitas vezes precisando de auxílio de outros atores para conseguir ganhar corpo em cena.

O romance mesmo fica em segundo plano, para uma conclusão acelerada e que não trabalha o retorno de Hardin e Tessa – apenas para fingir que são inevitáveis terminarem juntos. Chega a ser risível como tudo acontece em poucos minutos para que a saga conclua e fique no passado de adaptações de obras problemáticas.

No fim, After – Para Sempre é preferível esquecer de memória. Buscar obras escritas por fãs (seja de obras já existentes, bandas ou histórias próprias) que tenham sustância em suas narrativas, que entendam que personagens falhos e problemáticos são necessários para desenvolvimento de caráter na história, são essenciais – mas que desenvolvê-los é essencial para ganhar espaços fora de bolhas de fandoms.

After – Para Sempre estreia hoje, 13 de setembro, nos cinemas brasileiros.

Nota:

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