Críticas | TPM! Meu Amor

O filme nacional “TPM! Meu Amor” estreia em 31 de agosto nos cinemas.

Críticas TPM! Meu Amor
Paloma Bernardi é a protagonista do filme. (Foto: Reprodução)

Longas-metragens com temática feminina possuem camadas que são espinhosas para o grande público. Além de trabalharem questões sobre o machismo estrutural e como nossos corpos são vistos perante à sociedade, outros temas abordados (cujo feminino continua presente) se mostram complicados de serem abordados por necessidade de tratamento delicado.

TPM! Meu Amor, novo filme nacional da Galeria Distribuidora e dirigido por Eliana Fonseca, explora um dos momentos mais complicados para as pessoas que menstruação: a tensão pré-menstrual. Centrado em Monique (Paloma Bernardi), enfermeira que está com sintomas do momento há mais tempo do que deveria ser possível. Além disso, lida com o estresse de uma possível promoção e assédios diários no trabalho.

Por mais feminino que seja, explorando algo que ainda é associado fortemente com mulheres cisgênero, o filme deseja ser sobre sentimentos, a repressão daqueles considerados “ruins”, como a raiva. Monique precisa lidar com preterimento no trabalho, com uma prima (vivida por Maria Bopp) que vive no mundo das aparências, e outras tarefas que é necessário colocar um sorriso e fingir que está tudo bem.

E sabemos que este o pior sentimento que podemos carregar conosco, já que a ebulição acontece – muitas vezes quando menos desejamos. Mostrar esse lado é essencial para ter conexão com personagens, e seus crescimentos ao longo dos mais de 90 minutos de duração. Ao lado de outras mulheres em diferentes estágios das vidas pessoais e profissionais, a protagonista mostra que é uma caminhada árdua e desconfortável.

Além disso, é fácil perceber como – e o porquê – demorou mais de uma década para que TPM! Meu Amor fosse realizado. É nítido como ele se molda aos anos de 2020, seja estética, roteiro e outros detalhes que são a epítome desta década, sem deixa sua voz se perder dentro do que é desejado. Até mesmo a trilha sonora, composta por canções que remetem ao período complicado que antecede a menstruação, também se destaca por se única e interessante.

No fim, TPM! Meu Amor é delicado para falar da tensão pré-menstruação e se aceitar durante – e depois – deste período complicado que muitas pessoas que menstruam passam, esbarrando em chavões para esbarrar no cômico. O roteiro de Jacqueline Vargas busca brincar com uma dualidade de Moniques, mostrando a repressão de seus sentimentos para conseguir caminhar em seu atarefado cotidiano. Porém, nada tira o empenho de realizar algo para normalizar ao máximo esse tema ainda considerado tabu por muitos.

TPM! Meu Amor estreia em 31 de agosto nos cinemas.

Nota:

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