Críticas | Fale Comigo

“Fale Comigo” estreia em 17 de agosto nos cinemas brasileiros.

Críticas Fale Comigo
“Fale Comigo” é dirigido por Danny Philippou e Michael Philippou. (Foto: Divulgação)

O gênero de terror passa sempre por reformulações para se adaptar ao público, mas, principalmente, para trazer inovações narrativas em momentos de grandes mudanças mundiais. E, cada vez mais, percebemos que um dos artifícios narrativos mais emblemáticos em algumas desses projetos envolvem transtornos mentais.

A produção australiana Fale Comigo é um desses exemplos. Em apenas 95 minutos, o conceito de Daley Pearson se mostra cativante por uma maneira deliberada de falar sobre luto, depressão, e o convite para uma situação enganadora de êxtase.

O filme é centrado em um grupo de adolescentes que descobrem uma mão que pode invocar espíritos perdidos. Porém, logo a brincadeira se mostra perigosa e eles precisam achar uma maneira de se livrarem de forças sobrenaturais. Esse espectro é interessante por mostrar como algumas situações precisam ser reproduzida à exaustão pelas telas de celular – esquecendo até mesmo dos perigos que aparecem à sua frente para conquistar likes.

A jovem Sophie Wilde carrega esse enredo. Interpretando Mia, a protagonista extremamente traumatizada e em situações complicadas dentro de sua adolescência, Wilde consegue mostrar bem essas emoções conflitantes entre esse transe emocional que a libertou de sentimentos inertes e o alerta envolvendo a brincadeira que dificulta sua vida no geral.

A direção dos irmãos Danny e Michael Philippou mostram suas influências e, principalmente, o estilo para capturar a Geração Z e a mais nova nesses momentos críticos. O roteiro (escrito por Danny e Bill Hinzman) também compreende bem o que esperar durante seus 95 minutos, com viradas que não se tornam apenas para efeito de choque – e um final tão bem sacado, com um fechamento bem idealizado.

No fim, Fale Comigo reserva um ótimo respiro para os fãs do gênero de terror envolvendo possessões. Mais que isso, o filme retrata essa espetacularização permitida em gerações que nasceram e crescem com a tecnologia e mídias sociais inerentes em seu cotidiano. E, também, como aqueles que precisam de ajuda para superar momentos difíceis, se tornam suscetíveis aos espíritos malignos que desejam se aproveitar da fragilidade e necessidade de conexão.

Fale Comigo estreia em 17 de agosto nos cinemas brasileiros.

Nota:

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