Críticas | Asteroid City

“Asteroid City” estreia nesta quinta-feira, 10 de agosto, nos cinemas brasileiros.

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“Asteroid City” é dirigido e escrito por Wes Anderson. (Foto: Reprodução)

Existem alguns diretores na indústria cinematográfica com estética tão particular, que dificilmente reconheceremos algo deles que seja fora desse padrão estabelecido. E isso fica evidente conforme nos aprofundamos em algumas filmografias.

Asteroid City é o novo projeto de Wes Anderson, conhecido por trabalhos como O Fantástico Sr. Raposa (2009), O Grande Hotel Budapeste (2014) e, mais recentemente, A Crônica Francesa (2021), e seu estilo simétrico e texto metalinguístico continuam excepcional, principalmente nas retratações de luto e famílias desfuncionais.

Desta vez, o filme é ambientado durante eventos de uma convenção de astronomia para adolescentes em uma versão do movimento retrofuturismo de 1955, encenado como uma peça – e a criação desta obra por um escritor isolado.

O elenco estrelado (com Jason Schwartzman, Scarlett Johansson, Tom Hanks, Jeffrey Wright, Edward Norton, Willem Dafoe, Bryan Cranston, Adrien Brody, Steve Carell, Rupert Friend, Maya Hawke, Tilda Swinton, entre outros) só alimenta o texto rápido, com interseções que adicionam detalhes impressionantes durante sua narrativa de 105 minutos.

Confesso que sou apaixonada por essa estética simétrica de Anderson, além de seu texto se torna uma ferramenta tão arrebatadora. A cenografia é belíssima, assim como os detalhes dentro dos cenários que chamam a atenção dentro da brincadeira de preto-e-branco e a saturação.

A história, baseada em uma ideia de Anderson com Roman Coppola (filho de Francis Ford Coppola), não é uma simples homenagem ao imaginário de objetos não-identificados, mas, também, a uma parte da cultura popular que se recicla conforme os anos, explorando sua atemporalidade dentro de absurdos narrativos.

Dificilmente Asteroid City irá apetecer aqueles que desconhecem o trabalho de Anderson – ou que não sejam já apreciadores de suas obras. Porém, o filme é uma alegoria belíssima sobre a euforia estadunidense com vidas alienígenas, com diálogos que sustentam os temas centrais de enredos otimizados por Anderson em sua filmografia – além de brincar com o início da televisão, do fascínio do palco e suas narrativas exuberantes.

Asteroid City estreia nesta quinta-feira, 10 de agosto, nos cinemas brasileiros.

Nota:


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