Críticas | Barbie
“Barbie” estreia nesta quinta-feira, 20 de julho, nos cinemas brasileiros.
Greta Gerwig se tornou sinônimo por dirigir (e escrever) história sobre o feminino, sobre a arte de crescer e encontrar suas próprias narrativas em um mundo complexo. Em Lady Bird – A Hora de Voar (2017), vemos a insegurança da adolescência em um dos momentos mais críticos da idade; na adaptação de Adoráveis Mulheres (2019), percebemos como a arte de crescer é diferente para um grupo familiar.
Barbie é seu quarto projeto como diretora. Aguardado pela crítica e pelo público, o longa-metragem é uma aventura meta-humorada, sensível e fenomenal sobre a humanidade, papéis e caixas impostas em um universo patriarcal. Com um roteiro afiado, músicas fantásticas que refletem bem o enredo, e uma composição brilhante, o filme consegue ser uma homenagem ao que sabemos – e desconhecemos – sobre a boneca.
No filme, somos apresentados à “Barbielândia”, terra dedicada as Barbies e personagens que fazem parte de sua convivência. Após um pensamento desconfortante, a Barbie Estereotipada (Margot Robbie) precisa encarar o Mundo Real para encontrar sua dona e entender por que eles invadiram sua mente perfeita.
Seja os Ken e suas obsessões por praias, Allan (o melhor amigo do Ken) ou Midge, o longa-metragem celebra os mais de 60 anos da boneca. Com Issa Rae, Hari Nef, Dua Lipa, Emma Mackey, Alexandra Shipp, Kate McKinnon e outras atrizes como Barbie e suas muitas profissões, o filme também deseja expressar questões que são pertinentes dentro da existência – e continuação – da boneca.
O roteiro (escrito por Gerwig ao lado do marido, Noah Baumbach) entrega momentos ótimos, com destaque para um discurso apaixonante entregue à America Ferrera. Ao longo dos 114 minutos, percebemos o quão esperto ele e multi-camadas ele se torna, ilustrando um mundo tão intrínseco e particular, que é capaz de trazer lágrimas e suspiros de seu público.
Há fãs que serão capazes de adivinhar e compreender os caminhos do roteiro. Entretanto, nada tira o brilhantismo de seus direcionamentos, trazendo uma virada emocional que arremata o simbolismo do filme em seus instantes finais.
Robbie está brilhante em sua atuação, com Ryan Gosling aprimorando seus passos de dança e mostrando seu timing cômico. Ferrera também é um dos pilares desse filme ao lado de Ariana Greenblat, assim como a narração espetacular de Helen Mirren vai muito além de falar sobre o impacto de Barbie no mundo.
A composição do cenário plastificado é outro detalhe impressionante. Barbie não tem medo de parecer um brinquedo ou crasso, o que torna tudo muito mais divertido durante sua exibição. Até mesmo a trilha sonora sabe que irá ser reproduzida em repeat, com destaque para as canções originais que vão competir pelo posto de queridinhas.
No fim, Barbie não é somente uma celebração do feminino, mas também da existência humana. Usando a meta-linguagem, o filme possui um brilhantismo icônico para além da cinefilia. Reconhecendo sua importância em um público cujas histórias podem ser transformadoras – e ganhar suas próprias sequências que explorem o que há de mais maravilhoso daquilo que a Mattel pode apresentar.
Barbie estreia nesta quinta-feira, 20 de julho, nos cinemas brasileiros.
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