Críticas | The Flash
“The Flash” estreia em 15 de junho nos cinemas brasileiros.
É de conhecimento geral de qualquer pessoa que acompanhe o universo DC nos cinemas, o quão caótico se tornou a situações após a junção entre Discovery e WarnerMedia no ano passado. Mais do que cancelamentos (tais como Batgirl e Super Gêmeos), a entrada de James Gunn e Peter Safran como coordenadores de todos os projetos da marca passaria por reformulações drásticas enquanto ainda lidasse com produções que estavam programadas no calendário de lançamentos cinematográficos.
Shazam 2 – A Fúria dos Deuses foi o primeiro teste da DC Studios depois de todo esse bastidor complicado. Sem grande bilheteria (boa parte por causa de um marketing preguiçoso), o filme acabou entrando em um limbo mesmo com possível conexão com o que Safran e Gunn planejam para a partir de 2024 no cinema e na TV. Agora, The Flash precisa retornar esse investimento e superar além de toda problemática do estúdio.
Em The Flash, continuamos a ser apresentados a Barry Allen (Ezra Miller). Agora um herói com mais notoriedade, em missões com Batman (Ben Affleck) e Mulher-Maravilha (Gal Gadot) em nome da Liga da Justiça, o velocista ainda lida com o encarceramento do pai (Ron Livingston) por um crime que não cometeu. Sem querer, descobre que consegue voltar no tempo e, com isso, salvar sua mãe Nora (Maribel Verdú). Porém, acaba entrando em outra realidade, com consequências alarmantes para seu futuro.
Uma espécie de Flashpoint, o longa-metragem se desdobra para colocar algumas coisas em cena e fazer com que o protagonista aprenda algo – não muito diferente do que a versão de Grant Gustin, na série da CW. A presença do Bruce Wayne de Michael Keaton e de Sasha Calle como Kara Zor-El conseguem colocar a nostalgia e o futuro como prioridades, com elementos narrativos que potencializam o que tentam realizar em mais de 140 minutos de duração.
Dirigido por Andy Muschietti (IT – A Coisa), o filme tenta se consolidar como uma grande homenagem de tudo que já foi apresentado pela DC Comics nas grandes telas. Longe de ser algo tão espetacular como noticiado, o longa-metragem determina seu espaço dentro da possível continuidade do estúdio. O que fica, entretanto, é uma estranha sensação que não souberam o que fazer após anos em desenvolvimento.
Uma Iris West (Kiersey Clemons) subaproveitada, assim como outras personagens do cânone dos quadrinhos, e uma situação que não contempla toda a grandiosidade – e problemática – envolvendo o enredo, só mostra o caos do projeto, quando poderia se beneficiar do velocista (e suas diversas versões) é amada por diferentes gerações.
Os efeitos visuais impressionam, utilizando ao máximo a corrida de Barry Allen em câmera lenta e a Força de Aceleração. O roteiro é esperto ao explicar o multiverso (algo bem mais didático do que a Marvel já tentou realizar dentro de seus projetos no cinema e na TV). Porém, novamente tudo fica em um “quase”, parecendo não saber mergulhar e expandir ao máximo o que desejam.
No fim, The Flash é o meio-termo da DC Studios, contemplando o velho e o novo do estúdio, mesmo que seu principal ator esteja longe dos holofotes por problemas diversos. Mesmo com bons efeitos e um elenco com potencial de alavancar o que é entregue, o filme se mantém no confortável, sem precisar se distanciar tanto do que começou em 2013 em O Homem de Aço, enquanto busca uma aprovação para que os novos comandantes não o descarte tão facilmente.
The Flash estreia em 15 de junho nos cinemas brasileiros.