Críticas | A Pequena Sereia

“A Pequena Sereia” estreia em 25 de maio nos cinemas brasileiros.

Críticas A Pequena Sereia
“A Pequena Sereia” é estrelado por Halle Bailey. (Foto: Reprodução)

Antes de se tornarem ícones através dos filmes animados da Disney (e de outros estúdios), os contos-de-fadas sempre foram uma espécie de alento ao público – mesmo que em suas versões originais fossem trágicos. O “felizes para sempre” e valores morais atraem uma audiência vasta e, com a produção de live-actions, ficou mais evidente que o sentimento nostálgico dos millenials está forte.

Lançado em sua versão animada em 1989, A Pequena Sereia possui camadas que começaram a ser discutidas mais veemente nos últimos anos. Quaisquer que sejam esses tópicos, a história continua encantadora por falar sobre pertencimento, a busca dos sonhos e uma relação paternal em construção.

Estrelado por Halle Bailey, a versão live-action de A Pequena Sereia continua a trazer esses elementos e aprofundam personagens antes com apenas uma dimensão. Com ambientação na América Central, o filme reconta a história de Ariel e Eric (Jonah Hauer-King) de forma simples, sem tirar ou inventar muito do produto já conhecido.

A narrativa da jovem princesa-sereia que afronta a decisão do pai Tritão (Javier Bardem) de ir até a superfície, negociar com Úrsula (Melissa McCarthy), a bruxa-do-mar, para ganhar pernas (e perder sua voz no processo), e fazer o príncipe se apaixonar em três dias é a mesma. O que difere é o tom mais denso, sem grandes escapismos de comédia (como também acontece no musical) nos 140 minutos de duração.

Bailey é o grande destaque do filme. Sua Ariel inocente, curiosa atrai os olhares em cada cena, principalmente ao aprofundarem o relacionamento com seu interesse amoroso. Trazer um Eric que também procura aventuras, um pertencimento, conecta mais facilmente que apenas um rosto bonito. Até mesmo a entrada de sua mãe, vivida por Noma Dumezweni, coloca uma figura mais central em sua vida para além de Grimsby (Ari Malik).

McCarthy como Úrsula, tão questionada ao ser escalada, sabe roubar suas cenas para além dos tons cômicos. Daveed Diggs dublando Sebastião, Awkwafina como Sabidão e Jacob Tremblay emprestando sua voz como Linguado, sabem que atuando como consciência e cupidos durante toda duração do filme – e estão ótimos em suas aparições.

Rob Marshall, diretor do longa-metragem, sabe como fazer do musical, um espetáculo. Cenas como “Aqui no Mar” e “Beije a Moça” são fantásticas e mostram o esmero do diretor. Mesmo com efeitos visuais questionáveis, as cenas celebram o que sempre foi encantador, fascinante para crianças, com uma exuberância nas cores e romantismo. A adição de algumas canções escritas por Alan Meken e Lin-Manuel Miranda (e também modificações nas canções clássicas) também entregam camadas para personagens – com uma das músicas gritando o estilo de Miranda na Broadway.

No fim, A Pequena Sereia entrega a nostalgia, uma aproximação com o conto-de-fadas escrito por Hans Christian Andersen e o filme animado do fim da década de 1980. Os elementos principais competem com o propósito iniciado com os live-actions da Disney, sem precisar conversar com o realismo e veracidade, mas atualiza suficiente para abraçar novas dinâmica e escopos.

A Pequena Sereia estreia em 25 de maio nos cinemas brasileiros.

Nota:

Descubra mais sobre Entre Séries

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Descubra mais sobre Entre Séries

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading

Sair da versão mobile