“Broker – Uma Nova Chance” estreia em 6 de abril nos cinemas brasileiros.
Existe uma grande modalidade dentro de produções sobre o termo “found families“, pessoas que encontramos em nossos caminhos e que fazem vínculos mais fortes que qualquer familiar. Sejam pessoas com passados difíceis, ou apenas com relacionamentos problemáticos, o estilo mostra uma constante sobre é sobre quem deixamos fazer parte de nossas vidas.
Junte isso com um road movie, e podemos falar sobre Broker – Uma Nova Chance, filme sul-coreano que fez parte da seleção do Festival de Cannes em 2022 e dirigido por Hirokazu Kore-eda.
Nele, somos apresentados ao dono de uma lavanderia e um funcionário da igreja local, que realizam a venda de bebês no mercado ilegal de adoção. Quando uma jovem mãe retorna após abandonar seu bebê, ela descobre sobre o trabalho e decide ir com eles para entrevistar potenciais adotantes. Enquanto isso, duas detetives estão perseguindo-os há tempos.
Há carisma no trabalho de Kore-eda, com uma fotografia belíssima, uma imersão à cultura local e em fazer um filme sem um final feliz. Seus personagens principais possuem química e com embates suficientes para manter o longa-metragem andando sem parecer que rodam constantemente em círculos. Porém, com 129 minutos de duração, existe uma barreira em seu roteiro que me impede de apreciar Broker – Uma Nova Chance em sua totalidade.
É certo que existe o conflito natural da cultura, mesmo para aqueles que sempre consomem conteúdo de um determinado país. Entretanto, o roteiro que deseja falar sobre abandono físico e emocional, e como afeta até mesmo na vida adulta, se apega a apenas um aspecto da história por tempo demais. Quaisquer motivos de So-young (IU), não deveria prevalecer por tantos momentos, sendo que Sang-hyeon (Song Kang-ho) e Dong-soo (Gang Dong-won) possuem tantas problemáticas quanto.
Além disso, a entrada sobre os motivos de So-young demora a acontecer e trazer um sentido presente para a narrativa. E, mesmo quando aparece, talvez nem fosse tão necessário estar em cena, acontecendo somente para não esquecer personagens introduzidos anteriormente por capricho. Até mesmo as detetives, vividas por Bae Doona (de Sense8) e Lee Joo-young só mostram sua importância quando a história já está avançada. Aliás, um dos questionamentos da personagem de Joo-young é o meu sentimento exato que aconteceu durante a exibição do filme.
Existe um óbvio sentimentalismo dentro de Broker – Uma Nova Chance, como geralmente pede em filmes dos gêneros abordados – e do tema especificado. Mas, no fim, o longa-metragem ainda tem uma abordagem danificada, que busca expandir em seus diálogos sobre a questão – mas só exigindo o crescimento de seus personagens quando envolve outros assuntos.
Broker – Uma Nova Chance estreia em 6 de abril nos cinemas brasileiros.
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