‘The Idol’ sofreu com roteiros ocultos e outros problemas de produção, diz site
“The Idol” ainda não tem previsão de estreia pela HBO.
A revista Rolling Stone trouxe, em artigo detalhado lançado hoje (1), conversas com treze fontes ligadas à produção de The Idol, onde afirmam que foi um verdadeiro inferno.
Criada por Sam Levinson, Abel” The Weeknd” Tesfaye e Reza Fahim, The Idol irá trazer a história uma cantora do cenário pop em ascensão, que começa a seguir um líder de culto, sendo descrita como uma história de amor sórdida em Hollywood.
Os problemas na produção começaram a ser evidenciados em abril de 2022, com a saída de Amy Seimetz como diretora após a conclusão de 80% dos seis episódios que compõe a primeira temporada. A HBO, na época, confirmou a informação e afirmou que a série iria passar por mudanças criativas, ajustando também o elenco e o restante da equipe. Nenhum detalhe foi providenciado, mas fontes disseram que Tesfaye estava insatisfeito com a perspectiva feminina.
Agora, as fontes também comentaram que, após Levinson assumir a posição de diretor, quase 75 milhões de dólares foram perdidos com novos roteiros e novas gravações de porções já finalizadas da série. E, com isso, os entrevistados pela Rolling Stone também afirmam que a mensagem a ser alcançada foi danificada, com aumento de conteúdo sexual perturbador e nudez para igualar Euphoria.
Um dos entrevistados disse que assinou contrato para uma sátira sombria sobre fama e o modelo da fama no século XXI, e “passou da sátira para a coisa que estava satirizando”. Quatro fontes disseram que Levinson não utilizou nenhuma gravação realizada por Seimetz e, ao invés de ser sobre uma vítima da indústria predatória e lutando para conquistar sua liberdade, para uma história de amor degradante com mensagem vazia e, para alguns, ofensiva. ‘Era como qualquer fantasia de estupro que qualquer homem tóxico teria em um seriado – e então a mulher volta para mais porque isso torna sua música melhor”, explicou uma das fontes.
Outros entrevistados ainda disseram que, ainda durante a era Seimetz, foram entregues roteiros inacabados, uma programação apertada e expectativas quase impossíveis da HBO. Duas fontes com conhecimento o orçamento de The Idol disseram que a emissora estava propondo um orçamento de nove milhões de dólares por episódio, sendo metade do que Euphoria terá na terceira temporada. As fontes ainda disseram que a HBO esperava resultados similares, com vídeos musicais, alugando mansões, clubes noturnos e estádios como cenários.
As gravações começaram no fim de 2021, e entrou em pausa em abril, com Seimetz em outros projetos já alinhados e Tesfaye se preparando para turnê mundial em julho. Além disso, uma fonte disse que, mesmo que Levinson estivesse trabalhando nos episódios finais de Euphoria, não estava gostando do direcionamento. “Eu saí convencido que ele não é muito colaborativo”, disse um dos entrevistados, e outros confirmam que eram fãs dos primeiros roteiros, mas que logo passaram a ter mais de 20 mudanças, com Seimetz ajustando-os durante as gravações e com o episódio final sem rascunho.
Outra fonte com conhecimento da produção disse que Tesfaye foi a razão das mudanças mais drásticas, querendo retirar alguns aspectos do culto da história e transformar em outra coisa, além de tirar a “lente feminina”. “Era como the Weeknd queria que o seriado fosse só sobre ele – Sam estava a bordo disso”, disse outra fonte (mesmo com uma agenda complicada envolvendo sua turnê).
Quando as gravações retornaram em maio de 2022, muitos nomes da equipe não retornaram e alguns atores do elenco se sentiram traídos, com mudanças drásticas das personagens e centrando apenas em grandes nomes – sendo que alguns, como Jennie, idol do grupo Blackpink, aparecendo com poucas falas.
Além disso, membros da equipe ainda dizem que a HBO não interviu para que a produção ocorresse mais tranquilamente. O que deveria ser uma gravação de três meses, durou cinco meses, com gravações ocorrendo após o período. As fontes também afirmam que, após Levinson assumir a direção, o caos foi instaurado de vez, com roteiros envolvendo cenas de violência física e sexual dos personagens de Lily-Rose Depp e Tesfaye, onde o estupro é glorificado (fontes afirmam que algumas não foram gravadas por problemas de “realismo”). Outro membro afirma que não sabe o que será exibido.
A HBO não quis comentar sobre o assunto. Segundo fontes da produção, a intenção era estrear The Idol após a conclusão de House of the Dragon, mas ainda não tem previsão (apenas que o lançamento acontecerá em 2023).
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