Críticas | Pânico VI
“Pânico VI” estreia na quinta-feira, 9 de março, nos cinemas brasileiros.
Sabemos que Hollywood está em crise criativa há alguns anos, sobrevivendo através de franquias, remakes e grandes nomes para tentar atrair um público que não está mais tão disposto a enfrentar preços altos para assistir algo nas poltronas dos cinemas. E, mesmo que isso não impeça a indústria de realizar tais produções, a audiência está mais exigente sobre o que acredita ser necessário para revitalizações.
Porém, quando responsáveis pelas realizações dos longas-metragens reconhece seu papel – e não se deixa levar tão a sério dentro de alguns gêneros -, mostra que sabe brincar com o público, alimentando algumas partes escondidas (ou com medo de serem citadas) por aqueles que se dizem apaixonados por tal gênero.
Isso é o caso de Pânico VI que, além de ser uma sequência bem montada e idealizada, é inteligente o suficiente para trazer diálogos que enaltecem o legado dos filmes anteriores e, também, o que é esperado dos fãs. Nele, o quarteto sobrevivente do último ataque de Woodsboro está vivendo em Nova Iorque. Entretanto, durante o Dia das Bruxas, um novo Ghostface começa a persegui-los, atraindo novos rostos conhecidos da franquia para a investigação.
O duo protagonista, vivido por Melissa Barerra (Em Um Bairro de Nova York) e Jenna Ortega (Wandinha), se estabelece com um vínculo fraterno mais apurado. Se em Pânico (2022) havia um distanciamento entre as personagens, agora as irmãs estão mais próximas e compreendendo melhor como funciona a dinâmica antes aos fragalhos.
Mason Gooding e Jasmin Savoy Brown também estão de volta como Chad e Mindy, acrescentando novas camadas ao grupo de sobreviventes mais recentes, buscando criar novas experiências durante a universidade. O núcleo envolvendo os quatro personagens funcionam, observando novas mecânicas dentro da narrativa, e mostrando que possuem conexão semelhante ao trio vivido por Neve Campbell, David Arquette e Courtney Cox.
Cox, aliás, está novamente interpretando Gale Weathers, assim como Hayden Panettiere retorna como Kirby Reed após estrelar Pânico 4 (2011). Dessa vez, seus papéis são bem mais secundários, deixando espaço para um “renascer” da franquia sem a presença delas – o que é necessário para a possibilidade de novos filmes.
Outros personagens também são apresentados, mas, pelo bem de um bom jogo de adivinhação, vamos apenas mencionar que Josh Segarra, Dermot Mulroney, Liana Liberato, Samara Weaving e Tony Revolori estão entre partes interessantes do enredo.
A direção de Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin (dupla que retorna ao posto após o filme lançado ano passado) conseguem realizar bem os momentos mais tensões dos 122 minutos de longa-metragem, aproveitando de um roteiro que reconhece – e brinca – com o legado da franquia.
Mesmo com o que alguns citam como previsibilidade (incluindo quem está por trás da máscara), o divertimento dos filmes mais recentes da franquia é exatamente isso. E tudo bem ter clichês envolvendo os personagens e menções aos longas-metragens slashers, principalmente quando reconhece o absurdo dentro dos enredos e o que poderá vir em momentos futuros. O gore mais apurado talvez seja o problema maior, mas que mesmo assim não prejudica Pânico VI em sua totalidade.
No fim, a franquia mostra como é sobreviver para diferentes gerações, atraindo com nomes do elenco, enredos que seguem uma fórmula, mas que não deixa o entretenimento de lado. Pânico VI sabe brincar com a nostalgia e expectativas – e tudo bem ter clichês ou até fácil percepção de quem será Ghostface. Estamos tão programados em buscar reviravoltas chocantes, subversões de gênero, que esquecemos que, na maioria das vezes, fórmulas funcionam por saber quando mexer com essas ações – e nem sempre é necessário e/ou importante para mostrar relevância em Hollywood.
Pânico VI estreia nesta quinta-feira, 9 de março, nos cinemas brasileiros.
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