Críticas | O Estrangulador de Boston
“O Estrangulador de Boston” estreia nesta sexta-feira, 17 de março, no catálogo do Star+ no Brasil.

A partir de meados da década de 2010, as explorações de crimes reais se tornaram mais constantes na área do entretenimento, e não somente em documentários. A ficcionalização do true crime é tanta, que muitas vezes parece não haver mais assassinos em séries ou figuras emblemáticas a serem exploradas nas produções. Porém, às vezes somos surpreendidos com novos casos que assombram residentes de diferentes localidades do mundo.
Em O Estrangulador de Boston, somos apresentados a duas jornalistas essenciais para o desdobramento do caso durante o início da década de 1960. Com 13 vítimas, mulheres entre 19 e 85 anos, o caso continua sem solução na cidade estadunidense, e diferentes teorias ainda são expostas por aqueles que estudam mais profundamente os acontecimentos.
Keira Knightley interpreta Loretta McLaughlin, jornalista do Report American que conseguiu conectar casos (mesmo trabalhando na editoria de lifestyle), enquanto Carrie Coon é Jean Cole, colega de Loretta e que a ajuda a trabalhar nas reportagens sobre o assassino em série. Juntas, ambas mulheres conseguem mostrar como aprofundar em aspectos da história e ajudara força policial a trazer respostas à população amedrontada.
O que difere O Estrangulador de Boston de outros projetos sobre crimes reais recentes, é a investigação mais próxima do que é apresentado em Spotlight: Segredos Revelados (2015), com o jornalismo investigativo no centro de todas as situações – mesmo que apresente brevemente as famílias das protagonistas. Além disso, dentro dos 112 minutos do longa-metragem, poucas vezes conhecemos aquele que assombra as mulheres, e mais sobre como afligiu camadas sociais.
Como a investigação foi realizada também é central no enredo do filme. Se só foi possível afirmar um mísero detalhe sobre um dos casos em 2013, percebemos que a força policial estivesse bem longe de conseguir prender o responsável se não fosse a “ajuda” das reportagens – e mesmo assim é algo complicado de ser explicado. O sentimento de impotência aflora dentro os minutos do longa-metragem e a busca por respostas para confortar familiares das vítimas.
No fim, O Estrangulador de Boston funciona para o propósito de evidenciar um caso real para uma audiência mais nova, que talvez não esteja familiarizada com os acontecimentos. Em uma era de quase fetichização sobre assassinos, é refrescante saber que ainda podemos ter produções que explorem para além de motivações de sicários e tentar ir até o cerne de seu cérebro para justificar – ou brincar de adivinhação.
O Estrangulador de Boston estreia nesta sexta-feira, 17 de março, no catálogo do Star+ no Brasil.